
27 de junho de 2009 | 00h00
Vendo a exposição Maria Leontina - Desenhos, que a Caixa Cultural também inaugura hoje, nota-se que a pintora nunca negou suas influências. Artista referencial da veia moderna, Maria Leontina (1917-1984) passou pelo academicismo com maestria, depois, reverenciou, diretamente, Tarsila do Amaral em simples traços pretos, por Van Gogh, Matisse, Klee, pela estética do gravador Johnny Friedlaender, que foi seu professor. Só no fim dos anos 40, começo da década de 1950 ela entra em sua marca: a de um abstracionismo geométrico, entretanto, livre. "O concreto dela é irregular, o quadrado não é quadrado e ela brinca com a cor, experimenta, com gesto", como diz Sérgio Pizoli, curador da exposição, reforçando o caráter contemporâneo da obra da pintora.É uma mostra ampla, com 230 obras, pertencentes ao filho de Maria Leontina, Alexandre Dacosta (ela era casada com o pintor Milton Dacosta), todas elas "trancadas num armário há 25 anos", conta Pizoli. Faz-se, portanto, uma oportunidade única ver esses desenhos reunidos - há um de 1929, bem simples e figurativo, feito por ela aos 11 anos -, que revelam um gosto e uma prática eclética do desenho (quase todos eles em pequenos formatos e feitos com pastel oleoso). ServiçoMaria Leontina: Desenhos. Caixa Cultural. Praça da Sé, 111, telefone 3321-4400. 9h/ 21h (fecha 2.ª). Grátis. Até 9/8. Abertura hoje, às 11 horas
Encontrou algum erro? Entre em contato