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Os machões de Reginaldo Faria e suas mulheres maravilhosas

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em 1968, o ator Reginaldo Faria, após brilhar numa série de filmes realizada por seu irmão Roberto Farias - Cidade Ameaçada, Assalto ao Trem Pagador e Selva Trágica -, estreou na direção com Os Paqueras, ao qual se seguiram Pra Quem Fica, Tchau (em 1971) e Os Machões (73). O último passa hoje ao meio-dia no Canal Brasil. Faria deve ter percebido onde o irmão falhara em Toda Donzela Tem Um Pai Que É Uma Fera e iniciou essa série divertida que não deixa de oferecer uma espécie de crônica sobre a classe média, encarada no modelo do personagem do adulto infantilizado que Federico Fellini criou no clássico Os Boas Vidas, de 1953. O herói de Reginaldo Farias, nesta fase, é sempre o bom vivant, em seus problemas com a família e as mulheres. Em Os Machões, eles são três cafajestes (Flávio Migliaccio, Erasmo Carlos e o próprio diretor) que se disfarçam como cabeleireiros (gays) de um instituto de beleza para ''''pegar'''' as mulheres mais belas do pedaço. Reginaldo Faria teria seu melhor momento como diretor num filme com outro perfil, Barra Pesada (de 1977). Mas as mulheres dos Machões são todas nota 10. Tânia Sher e Kate Hansen são deslumbrantes, mas a atuação de Neusa Amaral toca o sublime. O filme poderia até ser nada. Ela é tudo.

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