Os artistas também são heróis

Em Heromatik, Thomas Lehmen contesta a arte ?mastigada?

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Um idiota, um fantasma e o próprio bailarino Thomas Lehmen, "o personagem mais próximo da realidade", vão apresentar histórias interdependentes e não-literais sobre super-heróis, personificação máxima da liberdade em sua opinião. Heromatik, que estréia amanhã, pretende propor um diálogo entre os seres fantásticos e outros mais carnais, de uma classe que Lehmen faz parte: a dos artistas. "Há elementos comuns nas histórias dos heróis e na profissão artística: temos de atravessar pontes, cruzar fronteiras, adaptar-se a espaços desconhecidos o tempo todo", diz Lehmen. Outro ponto abordado pelo coreógrafo nascido em Berlim no novo espetáculo é essa necessidade constante de produzir arte lógica e inteligível no século 21, imposta pelo público e acatada pelos artistas. "Tenho muitas dúvidas a respeito desse tipo de pensamento. Esse espetáculo é uma reação a tudo isso. Nem sempre precisamos ser óbvios. Quero experimentar a liberdade de ser artista." O título da peça faz exatamente uma alusão a esse tipo de arte que não se arrisca, que prefere seguir modelos prontos - Hero é herói e matik, automático. Lehmen garante ter assistido a todos os filmes de super-heróis e deles tirado a sua inspiração para a nova coreografia. A forte personalidade e o comportamento identificados em cada um d?Os Sete Samurais, do cineasta japonês Akira Kurosawa, por exemplo, serviu como fonte para a construção dos três personagens, dentre os quais o alemão acredita ser mais difícil interpretar ele mesmo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.