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Por Redação
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JOSÉ SARAMAGO, 86 ANOS: "Não dramatizamos as diferenças na hora da discussão - entre escritores portugueses e brasileiros só por má-fé e cínica estratégia se instalará a discórdia. (...) Não é uma ilusão minha de agora a imagem de terna atenção e respeito com que todos nós, portugueses e brasileiros, escutávamos o falar de Lygia Fagundes Telles, aquele seu discorrer que às vezes nos dá a impressão de se perder no caminho, mas que a palavra final irá tornar redondo, completo, imenso de sentido." (...) (Depoimento escrito em 1998 para o quinto número dos ?Cadernos de Literatura Brasileira?, do Instituto Moreira Salles, dedicado à autora, e parcialmente republicado na nova edição de ?Invenção e Memória?) NÉLIDA PIÑON, 71 ANOS: "Lygia é uma sarça ardente. No uso da palavra e na intransigente defesa da causa humana. Tem o coração ferido como todos nós, mas nem por isso abdicou da decência. Ao longo da solidária amizade, sempre a vejo generosa e compassiva. Enfrenta a adversidade com extremada elegância. Tem visível na criação literária a marca da grandeza. No seu refinado texto o enigma da vida parece desvendar-se. Os mínimos detalhes ali pulsam, há que ouvi-los." JOÃO GILBERTO NOLL, 63 ANOS: "Conheci a literatura de Lygia pelo romance Verão no Aquário, apresentado para mim por Caio Fernando Abreu. Esse volume acabou sendo um fetiche literário naqueles dias estudantis. Mas houve uma segunda obra na minha relação com a Lygia: nos anos 70, Seminário dos Ratos. Eu me senti nocauteado com esses contos. Que maneira única de tratar as pulsões próprias ao horizonte do fantástico! O conteúdo do extraordinário aqui vem com um tom sóbrio (próprio da autora, aliás). Lembro-me muito vivamente de Lygia em Estocolmo, durante uma programação literária que cumprimos juntos. Que belos dias naquele início de um outono!" RODRIGO LACERDA, 40 ANOS: "Difícil escolher entre a obra e a pessoa. Embora os romances sejam suas obras mais conhecidas, os livros de contos surpreendem qualquer leitor. É uma mulher moderna na essência, na maneira com que vê o mundo; afora isso, por sorte, tem a elegância e a gentileza de outros tempos." CAROLA SAAVEDRA, 36 ANOS: "Lygia fez parte desde cedo das minhas leituras e contribuiu para que meu entusiasmo pela literatura não se perdesse. Aliás, sua obra tem essa vitalidade, característica pouco comum, e não se deixa ofuscar com o decorrer do tempo e suas transformações. Gosto muito também da sua figura pública, sua elegância, admiro, como admiro muitos dos seus personagens."

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