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Obra de identidade intensa com a tradição construtiva

Tuneu mostra novas pinturas no Gabinete de Raquel Arnaud

Por Camila Molina
Atualização:

O grande diálogo hoje na arte contemporânea, como diz Tuneu, está nas sutilezas. É possível, dentro da tradição construtiva, não abandonar o sensível e promover novas relações entre formas rígidas e uma gama de cores? ''Estou formalmente mais próximo do construtivismo por uma questão de afinidade de linguagem'', afirma o artista, que inaugura hoje, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, a exposição Puro Espaço, com pinturas realizadas entre 2001 e 2008. Dentro do vocabulário - que se poderia dizer frio - das formas geométricas - especialmente, do quadrado -, o artista trilha sua pesquisa pictórica por uma questão, ainda ele diz, de convicção. Nas telas de Tuneu, que teve entre seus mestres Willys de Castro (1926-1988) e Hércules Barsotti - do primeiro, o artista até mesmo o ajudou a produzir suas obras no fim de sua vida - a forma e a cor são as feitas pela maneira convencional. E como se pode ver em um conjunto de três obras, Tuneu também se interessa pelo ''limite entre pintura e objeto'' - realizadas em cartão alemão, elas trazem o elemento do corte e da dobra e ainda do relevo. ''Mas sou um colorista, é a cor que predomina em minha pesquisa'', afirma o artista, citando como referência o trabalho de Albers. Sendo assim, Tuneu, que realizou sua última individual na galeria em 1999, diz que, afinal, sua grande proposta é no campo retiniano. ''Diante de seus quadros, vemos cessar o discurso, esquecemos a realidade e saltamos fora do tempo. O olho, sentindo-se em seu elemento, examina com prazer formas e cores, deliciando-se no exercício lúdico de comparar, medir, separar e juntar'', escreve Claudia Valladão de Mattos.

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