O que Lula e Obama têm para conversar

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Por Sonia Racy
Atualização:

Brasil e Estados Unidos deverão explorar, daqui para a frente, suas afinidades "em áreas como combate à pobreza e à fome, os temas ambientais e o fortalecimento do multilateralismo". A quatro dias da posse de Barack Obama, as previsões são feitas pelo embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota, para quem "não se pode excluir um encontro bilateral nos próximos meses (entre Lula e Obama)." O embaixador respondeu, por e-mail, a perguntas da coluna. Com a posse de Obama, na próxima terça, o que o Brasil pode esperar? As relações bilaterais vivem momento positivo com aplicação das agendas política e econômica e a criação de novos mecanismos de cooperação (biocombustíveis, Forum de Altos Executivos, Plano de Ação Conjunta contra a Discriminação Racial, entre outros). Caberá consolidar os progressos realizados e explorar as afinidades que deverão surgir em áreas como o combate à pobreza e à fome, os temas ambientais e o fortalecimento do multilateralismo. Há perspectiva de visita do novo presidente à América do Sul e ao Brasil em particular? Não se pode excluir um encontro bilateral nos próximos meses. Mas o que há de concreto, por enquanto, são duas reuniões multilaterais - a saber, a II Cúpula sobre Mercados Financeiros e Economia Global, no início de abril, em Londres (o G-20) e a Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, entre 17 e 19 de abril. A crise mundial é grave, não há dúvida. Teria Obama, no bolso, alguma fórmula mágica? As expectativas sobre o que ele pode fazer não estão altas demais? A percepção dominante é de que a recessão nos EUA provavelmente persistirá durante 2009 e só começará a ceder em meados de 2010. O presidente eleito deverá concentrar-se em impedir um agravamento da crise, mediante políticas econômicas e fiscais que apresentem resultados rápidos, sobretudo em termos de estímulo ao crédito e ao consumo. Expectativas muito elevadas acarretam responsabilidades acrescidas, mas também oferecem uma oportunidade política para uma concertação envolvendo o Legislativo, o setor privado e a sociedade civil. Como o senhor analisaria a equipe econômica do novo presidente? São mais "keynesianos"? O que vai acontecer com o livre mercado? A nova equipe de governo é integrada por profissionais experientes. Vários deles passaram pelo setor privado. Tendo em vista as circunstâncias específicas em que assumirão, terão que lidar com a questão da redefinição do Estado na economia, a fim de impedir que outras crises ocorram no futuro, por falta de supervisão, transparência e controle. Como o senhor vê a inversão de prioridades deflagrada pela guerra na Faixa de Gaza? Hillary, atrelada fortemente à comunidade novaiorquina, tem as armas necessárias para costurar um acordo de paz? O relevante é ter em mente o compromisso do presidente e da senadora com a criação de um Estado palestino, garantida a segurança do Estado de Israel. O presidente eleito deu várias indicações, ademais, de que se desdobrará sobre o tema na fase inicial de seu governo - em contraste com seus antecessores. Há notícias de que o novo secretário da Agricultura quer eliminar a tarifa no etanol em casos especiais, para fabricação do E-85. É verdade? O futuro secretário de Agricultura é entusiasta dos biocombustíveis e já defendeu publicamente o fim da tarifa sobre o etanol brasileiro. Para Tom Vilsack, o fim dessa tarifa estimularia as importações de etanol do Brasil e, como consequência, o consumo do biocombustível nos EUA, gerando incentivos para que a indústria automotiva produza mais carros "flex fuel" movidos a E-85. Saindo da crise Empresários estão articulando reunião na Fiesp, no dia 21, e outra na Firjan, no dia seguinte, para discutir medidas anticrise. Definido o pacote, vão apresentá-lo ao presidente Lula. Novo ninho O petebista Campos Machado, ex-candidato a vice e fiel aliado de Geraldo Alckmin, deixou o barco. Amigo mais que próximo garante que ele aderiu ao nome de Aloysio Nunes Ferreira para o Bandeirantes. Caso não liquidado Não vai ser fácil para Tarso Genro livrar-se das cobranças por dar refúgio ao italiano Césare Battisti. O Senado já se discutia ontem cedo a convocação do ministro. "Ele usou dois pesos e duas medidas", queixa-se o senador Heráclito Fortes, lembrando os dois boxeadores cubanos devolvidos a Havana em 2007. Vida na selva Agora é a vez de Clara Rojas, que foi candidata a vice-presidente da Colômbia na chapa de Ingrid Bettancourt, lançar as memórias. Até fim do mês sai o livro em que ela conta os seis anos de refém das FARC. Pela editora Plon, que distribuirá o livro em espanhol, francês, alemão e holandês. Na frente O primeiro desfile de moda a gente não esquece. O cartaz ao lado foi criado em 1952, por uma iniciativa do Masp e da antiga loja Mappin. O autor é o artista italiano Robert Sambonet, que inaugura exposição, a partir do dia 28, no Museu da Casa Brasileira. Ainda não é desta vez. Gisele Bündchen vem sem Tom Brady para sua curtíssima temporada brasileira. Básica, a top, que desfila domingo para a Colcci, só pediu que não falte muita água mineral em seu camarim. Ricardo Pinto Nogueira assumiu a diretoria de operações da Corretora Souza Barros. O escritor e roterista Marçal Aquino bate papo com público, hoje, no Sesc Pinheiros. O Athina Onassis International Horse Show deste ano, na Hípica, será entre 31 de julho e 2 de agosto. Com modesto investimento de R$ 15 milhões. As obras da exposição que Vik Muniz abre dia 22 no MA M do Rio estarão reproduzidas em 144 páginas de um livro-catálogo, assinado por Jair de Souza. Adriana Barra assina as camisetas do camarote da Seda, no Festival de Verão de Salvador. Isso é que é espírito prático. Em meio às brigas e confusões no Congresso pela eleição de Câmara e Senado, está praticamente pronto o texto que regulamenta a profissão de... Bombeiro. Direto da fonte Colaboração Doris Bicudo doris.bicudo@grupoestado.com.br Gabriel Manzano Filho gabriel.manzanofilho@grupoestado.com.br Pedro Venceslau pedro.venceslau@grupoestado.com.br Produção Marília Neustein e Elaine Friedenreich

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