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O quarto

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Por Redação
Atualização:

"Harold Pinter deixou uma das obras mais influentes do teatro do século 20", disse ontem Roberto Alvim, diretor de O Quarto, primeira peça do dramaturgo, que inaugurou, em novembro, o espaço Club Noir, na Rua Augusta. "De Sarah Kane a Arne Lygre, toda a moderna dramaturgia mundial foi influenciada por ele. Enquanto Samuel Beckett deixou uma obra perfeita e fechada, cuja influência resulta em pastiches, Pinter traz o rigor da linguagem, revelando o poder de cada palavra." É justamente esse o encanto de sua obra, segundo Alvim, que manteve uma breve troca de e-mails com o autor, em 2005: uma frase com três palavras pode ser mais poderosa e contundente que se tivesse 20. "Ele criava tensão a partir da síntese, mesmo em diálogos aparentemente banais. E, como permite várias leituras, seu texto eliminou também o didatismo que domina especialmente a dramaturgia americana." Com Juliana Galdino à frente do elenco, O Quarto propõe uma radicalidade da linguagem ao narrar a história de um casal que vive quase confinado em um quarto. Escrita em 1957, a peça já traz características que marcariam a dramaturgia de Pinter: o desejo de proteção em abrigos, que, no entanto, não conseguem proteger de um exterior ameaçador. A peça volta ao cartaz dia 9.

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