O novo queridinho de Cahiers

Conheça Christophe Honoré, que tem dois filmes em cartaz

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Já que Leon Cakoff colocou a 31ª Mostra sob o signo de Cahiers du Cinéma, homenageando Serge Daney e organizando um debate para discutir a crítica a partir das idéias do ex-redator-chefe da revista, por que não propor um programa duplo assinado por um dos queridinhos da revista, em sua formatação atual? Cahiers deu capa para Em Paris e teceu as maiores loas a Canções de Amor, quando o filme concorreu em Cannes, em maio. Chama-se Christophe Honoré o diretor desses dois filmes que recolocam Paris no mapa do cinéfilo. Louis Garrel, o filho de Philippe, está nos dois. Em Paris conta a história de dois irmãos, interpretados por Garrel e Romain Durys. Um é deprimido e não sai de casa; o outro é hedonista. Quando o primeiro, finalmente, sai do isolamento, é para tomar o rumo de uma certa ponte - para matar-se? Há outra interrogação em Canções de Amor, filme musical, gênero (en)cantado que o cinema francês não exercitava desde Os Guarda-Chuvas do Amor, de Jacques Demy, nos anos 60. Na trama, Louis Garrel perde a noiva, que morre de repente. Ele passa por uma fase de depressão e, depois, por outra de busca desenfreada do prazer. Na sua cola, há um gayzinho que morre de amores pelo belo Garrel. A pergunta que não quer calar - o gay conseguirá o cara? Ah, sim. Claude Lelouch, que Cahiers nem leva em consideração - não é um ''''autor'''' -, adora musicais, mas acha Canções de Amor fraquinho. Vai ver é por isso que a redação da revista gosta tanto de Christophe Honoré.

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