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O exorcismo ou a psicanálise selvagem de Emily Rose?

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em 1974, William Friedkin fez O Exorcista, que virou o modelo de todos os filmes sobre possessão demoníaca realizados depois. Antes, filmes como Madre Joana dos Anjos, de Jerzy Kawalerowicz, e Os Demônios, de Ken Russell, usavam a possessão (e o exorcismo) como psicanálises selvagens do sexo reprimido. Há um caso mais complexo entre as exceções, é O Exorcismo de Emily Rose, de Scott Derrickson, às 22 horas no HBO. A história é real e trata dessa estudante de 19 anos que começa a apresentar um comportamento bizarro. Convencidos de que ela está possuída pelo Demônio, seus pais pedem ao padre da família que faça o exorcismo. Emily Rose morre durante o processo. O caso vai a julgamento e vira um debate entre fé e ciência. A originalidade de O Exorcismo de Emily Rose está no fato de que o filme tira o drama da Igreja e o coloca no tribunal. E também não é conclusivo - era tudo psicossomático? O caso poderia ser tratado pela ciência? A própria dúvida expressa por Laura Linney faz da advogada de defesa uma personagem muito interessante, mas ela não é menos angustiada que o padre Tom Wilkinson. E a atriz Jennifer Carpenter, que faz o papel, é excepcional. Você pode até não gostar, mas é forte. E incômodo, feito para bagunçar quem tem certeza de tudo.

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