O ex-oficial James Blunt e seus hits fulminantes

Cantor, intérprete de sucessos inapeláveis como You?re Beautiful, abre concertos de Elton John, faz duas apresentações sozinho, e fala ao Estado sobre turnê

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Por Jotabê Medeiros
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Ame-o ou deixe-o. Quando se trata do ex-militar e cantor inglês James Blunt, não há meias-paixões envolvidas. O autor e cantor do maior sucesso fonográfico de 2005, o megahit You?re Beautiful (mais de 11 milhões de cópias de discos vendidas ao redor do mundo), finalmente está chegando ao Brasil. Ele é o encarregado de abrir os shows de Elton John (dias 17 e 19, em São Paulo e Rio de Janeiro), mas também marcou um show-solo com sua banda em Porto Alegre, dia 27 de janeiro, no Pepsi on Stage, e em São Paulo, dia 29 de janeiro, no Via Funchal. Ouça trecho da faixa 1973 "É realmente uma honra estar na estrada com um ser humano tão nobre quanto Elton John", disse Blunt, falando ao Estado por telefone e rasgando seda para o decano colega. "Ele foi o primeiro a me dar espaço no mundo da música e me orientou na carreira, indicando meu agente e minha equipe. É, além de tudo, um músico fantástico, que passou pelo teste do tempo." Elton John e James Blunt têm mais em comum além da amizade: segundo levantamento da empresa Crowley Broadcast Brasil, em 2006, o hit You?re Beautiful, de Blunt, além de ter alcançado o topo das paradas norte-americanas, foi o primeiro single de um artista não-americano a conquistar essa posição depois de Candle in the Wind, de... Elton John, em 1997. Com uma voz incomum, metálica, dificilmente ignorável, James Blunt impôs seu nome no show biz em apenas três anos, a partir do lançamento do disco de estreia, Back to Bedlam. O estilo melódico, com baladas compostas no limite do exagero romântico, fez com que os críticos o comparassem a Damien Rice e David Gray, o que não o incomoda. "Para mim, é um grande elogio. Ambos são fenomenais, soam fantásticos. Mas não vejo muita semelhança. Tenho um estilo próprio, individual. Não sei como definir meu estilo, e não vejo também necessidade. A música é um território livre, não precisa categorizar apenas para estar na mídia. Tenho essa preferência meio folk, mas é só um ponto de partida." Como militar, filho de coronel, Blunt chegou a compor forças de paz da Otan no Kosovo e na Macedônia. Esses exercícios parece que fizeram com que desenvolvesse um certo talento para contemporizar. "Tudo que quero com a música é me divertir, fazer discos dos quais eu goste, que sejam agradáveis e propiciem entretenimento. Gosto muito de fazer pequenos shows, adoro a intimidade dos pequenos shows, mas também sou fã dos grandes estádios, da enorme energia que se condensa nesses locais." Blunt está na estrada com seu segundo disco, All the Lost Souls, que foi lançado em setembro de 2007 e já projetou dois hits fulminantes, um deles a música profundamente autobiográfica 1973 (sucesso inapelável que vai se juntar a outros de sua coleção, como Carry You Home e Same Mistake). Segundo Blunt, 1973 não trata de seus problemas com drogas, como alguns pensam. "Tive problemas com álcool, já superados. Trabalhar à noite pode te conduzir a esse vício. Sobre drogas, o que posso dizer às pessoas é: informem-se sobre os efeitos delas, para poder tomar decisões bem informadas." Blunt é um bom sujeito. É aliado dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), organização médica humanitária internacional, cuja causa defendeu durante turnê em 2006. Apresentou-se no Live Earth, no Wembley Stadium, em Londres. Blunt se apresenta no País com Paul Beard (piano, teclado), Ben Castle (guitarra), John Garrison (baixo) e Karl Brazil (bateria).

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