O diretor Tom Tykwer fala de arquitetura e Henri Verneuil

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em Berlim, o diretor Tom Tykwer lembrou-se do encontro com o repórter no Festival do Rio, quando mostrou Paraíso. Sua experiência inesquecível no País continua sendo a ida ao Maracanã, para assistir a um jogo. Tykwer estava preparado para as críticas negativas a Trama Internacional na Berlinale. Afinal, um thriller produzido por Hollywood, com elenco internacional, não tem muito o perfil do cinema de arte que os críticos esperam encontrar num grande festival. Mesmo assim, Tykwer considera os críticos despreparados. "Todo mundo fica buscando as referências no filme que viu ontem. Trama Internacional foi comparado a A Identidade Bourne, de Paul Greengrass, e Syriana, de Stephen Gaghan, que são bons thrillers, mas absolutamente não me influenciaram. Poderia falar no cinema político de Elio Petri, mas minha referência foi um diretor francês que pouca gente valoriza, Henri Verneuil. A Serpente e I Como Ícaro são thrillers paranoicos fortes." O repórter observa que a arquitetura é personagem decisiva. Tykwer engrena a falar sobre o assunto e fornece a chave para o fato de Trama Internacional haver inaugurado a Berlinale de 2009. Seu thriller não tem apenas cenas que se passam na capital alemã. Até o tiroteio no Museu Guggenheim, de Nova York, foi filmado na Alemanha. "Foram construídos dois sets", explicou o diretor. "Como a rotunda era muito alta, o estúdio em Berlim não pôde abrigá-la e foi construída fora. Reproduzimos também o lobby do Guggenheim, com tanta exatidão que não há diferença entre essas imagens e as que foram captadas em Nova York." Todo aquele vidro é usado para representar um mundo - o do dinheiro - que, paradoxalmente, não é transparente. A arquitetura da rotunda é especial. Introduz um elemento de vertigem que ajuda a entender a situação de Clive Owen. "Ele decididamente não é James Bond. Não está acostumado a lidar com armas. Clive me saiu melhor do que a encomenda. É um grande ator, define Tykwer."

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