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O desfile de samba que espantou a garoa

Sob céu azul e ao som de batucada, Le Défilé arrasta brasileiros e franceses

Por Livia Deodato
Atualização:

Durante boa parte a semana passada, a garoa castigou os visitantes que lotam os hotéis, muitos deles franceses que vieram conferir os 25 anos da Bienal de Dança. Ninguém havia botado fé na previsão ensolarada anunciada pelo diretor da mostra, Guy Darmet, para o último domingo, dia do aguardado Le Défilé. Pois bem, que Santa Clara resolveu dar uma força. Às 15 h, o primeiro dos 15 grupos a desfilarem em Lyon entrou sob um céu azulzinho na Rue de la Republique. Les Pointillées, sob direção de Mourad Merzouki (também responsável pela direção da carioca Cia. Urbana de Dança no ainda inédito no Brasil Agwa), trouxe 20 pessoas coreografadas com uma batucada sem muito requinte, mas que animou os milhares de franceses presentes. Alguns poucos caminhões disfarçados de carros alegóricos também preencheram o trecho destinado ao desfile, que ia da Terreaux a Bellecour, onde por volta das 18 h ocorreu um show de música brasileira. "Gostaria de ressaltar aos jornalistas brasileiros, aqui presentes, que Le Défilé não e uma cópia do carnaval do Rio, mas uma inspiração", disse duas vezes Guy, no começo e no fim da coletiva concedida antes do evento. "A começar pelas coreografias previamente ensaiadas pelos grupos, o que não acontece no carnaval brasileiro." O desfile terminou com a escola de samba Ombres et Lumières, formada por brasileiros e franceses, que não deixou nada a desejar às agremiações cariocas. Tudo estava lá, produzido com muito esmero: comissão de frente, porta-bandeira e mestre-sala, ala das baianas e cem integrantes na bateria. Uma composição em português, do cavaquinista carioca Leo Viana, que conta parte da história do samba de como parar em Lyon, fez muitos franceses arrastarem os pés e botarem os dedinhos para cima. A repórter viajou a convite da organização do festival

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