O caricaturista que virou símbolo de uma era

Além do desenho, Nássara fez sucesso com marchas carnavalescas, como Ala-la-ô

PUBLICIDADE

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

Extraídas do livro O Som do Pasquim, as ilustrações desta página foram criadas pelo compositor e caricaturista carioca Antônio Nássara (1910-1996). Seu traço simples, inconfundível, tornou-se símbolo do espírito carioca de seu tempo. Quem conviveu com ele disse que era uma grande figura, meio moleque. Colaborador de publicações como O Globo e Última Hora, entre outras, Nássara deslanchou na carreira de caricaturista no início dos anos 1940, quando foi trabalhar na revista O Cruzeiro. No mesmo período, e com o mesmo senso de humor, emplacou seu maior sucesso, a marchinha Ala-la-ô (1941), parceria com Haroldo Lobo, um clássico de carnaval que anima os salões até hoje. Nássara também ficou conhecido por parodiar canções conhecidas e é tido como autor do primeiro jingle comercial brasileiro. Outros de seus grandes sucessos foram Meu Consolo É Você (com Roberto Martins), Balzaquiana e Retiro da Saudade, parcerias com os rivais Wilson Batista e Noel Rosa, respectivamente. Foi ele, aliás, quem desenhou a capa do disco que reunia os sambas da famosa polêmica entre os dois geniais compositores cariocas. Seu parceiro mais constante foi Erastóstenes Frazão, com quem compôs a marcha-rancho Florisbela, vencedora de um concurso carnavalesco de 1938. Nos anos 60, Nássara diminuiu a marcha, injuriado com os rumos do carnaval, que já virara muito comercial. Quando foi convidado a trabalhar no Pasquim, em 1973, tinha 63 anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.