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NY celebra a arte latino-americana

Além de dois leilões na Christie''''s e Sotheby''''s, obras de contemporâneos ganham uma feira e uma mostra especial na cidade

Por Tonica Chagas e NOVA YORK
Atualização:

A arte latino-americana está em evidência em Nova York durante este mês. Além de leilões especiais, que ocorrem entre hoje e quarta-feira na Christie''''s e na Sotheby''''s, mais dois grandes eventos enfocam a produção artística de mexicanos, argentinos, cubanos, chilenos, brasileiros e outros latinos do continente: a primeira feira de arte latino-americana contemporânea realizada na cidade e uma exposição especial no Museum of Modern Art (MoMA). Com homenagem ao artista brasileiro Waltércio Caldas, a feira, batizada de Pinta, foi aberta ao público na sexta-feira e termina amanhã. Instalada no Metropolitan Pavillion, em Chelsea, região das grandes galerias nova-iorquinas, ela reúne 35 galeristas latinos, norte-americanos e europeus. Na quarta-feira, o MoMA abre a exposição New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: Selections from a Decade of Acquisitions. Em cartaz até 25 de fevereiro, a mostra reúne cerca de 200 obras, de modernistas a conceituais, que passaram a integrar o acervo do museu nos últimos dez anos. Entre os artistas representados estão os brasileiros Hélio Oiticica, Lygia Clark, Alfredo Volpi, Mira Schendel e Anna Maria Maiolino. TAMAYO NO LIXO Fechando as vendas especiais de outono promovidas em Nova York este mês, os leilões na Christie''''s e na Sotheby''''s apresentam quase 600 lotes com obras de arte latino-americana produzidas do século 19 para cá. Pela estimativa mínima, eles devem render entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões. Entre eles estão 13 obras de artistas brasileiros, de modernistas como Di Cavalcânti e Portinari a contemporâneos como Vik Muniz e Adriana Varejão. Dos brasileirros, a maior avaliação é para Mulata Sentada na Frente da Mesa com Pandeiro, óleo sobre tela de Di Cavalcanti pintado em 1954, em leilão na Christie''''s com preço estimado entre US$ 250 mil e US$ 350 mil. O lote com avaliação mais alta entre todas as peças oferecidas nas duas casas de leilão é o tríptico Et at It, pintado em 1944 por Matta, o surrealista chileno. Oferecido na Sotheby''''s, onde o leilão é dividido entre amanhã à noite e quarta-feira de manhã, a obra está avaliada entre US$ 2,5 milhões e US$ 3,5 milhões. Atrás dela em preço vem o óleo sobre tela Trovador, pintado em 1945 pelo mexicano Rufino Tamayo. À venda na Christie''''s, que desdobra seu leilão entre hoje à noite e amanhã de manhã, esse quadro semi-abstrato é tido como a mais importante pintura de Tamayo colocada no mercado nos últimos dez anos, e os especialistas calculam que ele alcance entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões. Com preço um pouco menor, outro quadro de Tamayo, Tres Personajes, de 1970, tem uma das histórias mais supreendentes que circularam no mercado ultimamente. Considerado obra-prima do período maduro do artista, ele foi adquirido por seu atual proprietário no leilão de arte moderna realizado em Nova York pela Sotheby''''s em maio de 1977. Dez anos depois, foi roubado de um depósito em Houston, no Texas. A pintura voltou às mãos do dono em maio passado. Ela foi encontrada em meio a sacos de lixo por uma mulher que fazia sua caminhada matinal numa rua de Manhattan, em novembro de 2003. A mulher só soube da importância do quadro ao vê-lo, seis meses atrás, na reprise de um programa sobre obras de arte roubadas transmitido originalmente em 2005. Ela o levou de volta à Sotheby''''s que, então, o devolveu ao proprietário. Tres Personajes agora vai a leilão naquela casa com estimativa entre US$ 750 mil e US$ 1 milhão.

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