PUBLICIDADE

Novo livro resgata o universo do estilista Emilio Pucci além da moda

'Unexpected Pucci' reúne ainda peças de design, mobílias e tapeçaria

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Todo grande criador tem um estilo próprio, uma marca registrada, uma estética só sua. Os mais inovadores são, em geral, os mais copiados. É o caso de Emilio Pucci (1914- 1992), estilista italiano, autor de uma estamparia vibrante e hipnótica, que marcou a moda libertária dos anos 1960. Com formas orgânicas, compostas por nuances de azul mediterrâneo, variações de magenta e lilás e tons ácidos de amarelo-limão, as padronagens de Pucci há tempos extrapolaram as passarelas e alcançaram obras de design, projetos de arquitetura e objetos de decoração.

É justamente esse histórico de parcerias com designers famosos nas produções de tapetes, porcelanas e mobiliários que agora ganha retrospectiva no livro Unexpected Pucci, recém-lançado pela editora Rizzoli New York, com curadoria de Laudomia Pucci, filha do estilista, vice-presidente e diretora de imagem da marca. “A ideia do livro surgiu espontaneamente já que sempre vivi em um mundo Pucci além da moda. O que deu início ao projeto foi o processo de catalogação. Graças a jovens talentos, descobrimos que o que eu imaginava ser um punhado de tapetes era na verdade uma oferta muito rica”, conta Laudomia, em entrevista ao Estado. “A ideia de revelar esse universo automaticamente se tornou um desejo.”

Design. Estética psicodélicacelebrada no livro 'Unexpected Pucci' Foto: LAPO QUAGLI/PUCCI

PUBLICIDADE

Lançados pela primeira vez no Museu de Artes Decorativas, de Buenos Aires, em 1970, os tapetes são realmente um dos pontos altos de sua obra. Eles acabam de ser reeditados e colocados à venda sob encomenda. “Talvez o fluxo artístico mais fácil para Pucci tenha sido nos tapetes, nos quais blocos, redemoinhos e formas lineares foram contidos dentro de um quadrado geométrico – assim como em seus famosos lenços de seda, imortalizados por Jacqueline Onassis”, avalia a jornalista Suzy Menkes, editora da Vogue International, que assina textos do livro.

Um capítulo dedicado à porcelana, resgata a história de obras-primas criadas em colaboração com a marca alemã Rosenthal, na qual prints do estilista adornam aparelhos de chá, vasos e pratos. Em 2016, os padrões do projeto de Pucci “Cities of the World” embelezou os copos desenhados pelo designer italiano Matteo Thun, em 1991, para a marca de café Illy.

Cadeiras e poltronas feitas pela Pucci em parcerias com designers contemporâneos integram outra área de destaque da obra. Entre elas, estão a cadeira desenhada por Philippe Starck, com a Kartell, em 2014, considerada um sucesso de vendas. Conhecido como príncipe das estampas, Emilio Pucci criou e patenteou tecidos inéditos, entre eles o jérsei de seda. Seu gosto voltado para a abstração artística e para o modernismo fugia da atmosfera clássica, na qual foi criado. Filho de nobres italianos, o estilista cresceu em Florença, cercado por obras renascentistas. 

Amante de esportes, esquiava bem, sabia pilotar e chegou a servir o exército, antes de cair na moda e conquistar clientes famosas como Marilyn Monroe. Sua primeira loja foi aberta em Capri, lugar que o inspirou a criar a calça curta e despojada de alfaiataria (sim, ele é o inventor da calça Capri) e suas estampas psicodélicas chiques, que até hoje refletem o exotismo glorioso da costa italiana.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.