noite das imagens reúne todas as artes no palácio

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Por Redação
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AUDIOVISUAL: Enquanto a arte pictórica de Picasso brilha por sua luz própria na França, uma década de criação contemporânea em arte audiovisual ilumina, interna e externamente, o Grand Palais. São as luzes da mostra Na Noite das Imagens (Dans la nuit des images), organizada para permanecer em cartaz catorze noites em Paris. Em matéria de cultura, o evento marca o encerramento da presidência francesa da União Européia, em 31 de dezembro. A mostra reúne cerca de 140 obras, de diferentes países - inclusive do Brasil - que formam uma espécie de "best of" dos últimos 10 anos na arte audiovisual e multimídia, produzida com o auxílio de câmeras, luzes, imagens, sons, tecnologia e, sobretudo, filosofia. Entre os selecionados estão William Kentridge, Bill Viola, Bob Wilson, Michael Snow, Thierry Kuntzel e William Klein, nomes célebres nesse veio artístico. Filmes e vídeos projetados em aparelhos de TV ou sobre gigantescas telas de cinema se somam a instalações interativas que ganham, no vazio do Grand Palais, ambiência única no ecletismo arquitetural e na acústica impecável. Entre os destaques estão The Straight Edge, de Fabien Giraud, que explora o movimento e a energia de um grupo de hardrockers durante uma apresentação, ressaltando seu espírito coletivo, ritual, tribal e, por tudo isso, pós-moderno. Outro destaque é o filme Plage, da francesa Dominique Gonzalez-Foerster, rodado no Rio. Nele, a autora acompanha uma noite de réveillon em Copacabana, capturando tanto o espetacular, como a queima de fogos, quanto o prosaico, como o fluxo de visitantes, que se movimenta como ondas pelo calçadão da Atlântica. Mas talvez o mais impressionante não esteja no interior e, sim, no exterior do Grand Palais. Na fachada do prédio, cujo design dispensa apresentações, o finlandês Charles Sandison projeta palavras soltas e frases inteiras da Declaração Universal dos Direitos do Homem. A obra, Manifesto Proclamación Solemne, transforma um dos símbolos concretos de Paris em uma gigantesca tela de computador e alerta, de forma subliminar: a arte também entrou em nova era.

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