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No fim, você vai sentir o o gosto de ''quero mais''

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Deveria ter sido uma apoteose - uma noitada de samba para encerrar a mostra Cinema na Praia, no Festival de Cannes, em maio. Para promover essa verdadeira festa de encerramento, foram à Croisette os diretores Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor e a estrela Marisa Monte. Houve um grande almoço, um encontro com jornalistas brasileiros (e internacionais), tudo perfeito como manda o glamour do maior festival de cinema do mundo. Só o tempo não colaborou. Frio e chuva abateram-se naquela tarde sobre a Côte d?Azur. À noite, a chuva havia parado, mas a sessão fora cancelada e o Cinéma de la Plage, desmobilizado. Cannes teria sido o palco ideal para promover O Mistério do Samba. De alguma forma, foi, pois lançou os holofotes sobre o projeto que virou a menina dos olhos de Marisa Monte. O Mistério começou a surgir em 1998, quando ela pesquisou a obra musical da Velha Guarda da Portela, atrás de repertório para seu CD Tudo Azul. Na verdade, havia nascido muito antes, porque Marisa teve um pai portelense que a iniciou, desde cedo, no amor pela mais azul das grandes escolas do carnaval carioca. As filmagens das gravações e ensaios do CD foram um começo. Carol Jabor e Lula Buarque gravaram cerca de 200 horas de material, incluindo entrevistas com portelenses históricos como Paulinho da Viola, outro apaixonado pela azul-e-branco. Após oito meses de montagem, restaram 88 minutos e 53 músicas, entremeadas de entrevistas e depoimentos apaixonados. Às vezes, você gostaria que o filme demorasse mais, para permanecer em companhia desses (grandes) artistas populares. É o mérito de O Mistério do Samba. Dá para gostar, mas a gente termina querendo mais.

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