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Nápoles expõe dois quadros de Van Gogh que foram roubados em Amsterdã e escondidos pela máfia

'Congregação Deixando a Igreja Reformada de Nuenen' (1884) e 'Vista do Mar em Scheveningen (tormenta)' (1882) foram exibidas nesta segunda-feira

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Por Redação
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Os napolitanos vão poder admirar durante quase três semanas duas pinturas de Vincent Van Gogh roubadas em 2002 em Amsterdã, encontradas em setembro em um esconderijo da máfia Camorra e reveladas nesta segunda-feira.

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Congregação Deixando a Igreja Reformada de Nuenen (1884) e Vista do Mar em Scheveningen (tormenta) (1882) foram exibidas nesta segunda-feira à imprensa no Museu de Capodimonte, onde as autoridades comemoraram "o triunfo da arte e da legalidade".

Os dois pequenos quadros - considerados de grande valor histórico para compreender a estreia artística na pintura a óleo de Van Gogh - vão estar em exibição até 26 de fevereiro em Capodimonte, em Nápoles, antes de voltarem para Amsterdã. O diretor do Museu Van Gogh de Amsterdã, Axel Rüger, explicou que esta exposição temporária visa "expressar a sua gratidão" à cidade e à Itália.

O quadro 'Congregação Deixando a Igreja Reformada de Nuenen' Foto: AFP

O que aconteceu exatamente com as duas obras permanece um mistério. Os dois ladrões, que escaparam do Museu Van Gogh com as telas por uma janela, foram rapidamente presos, mas permaneceram em silêncio sobre o que haviam feito com as pinturas. Até que uma investigação sobre uma rede internacional de tráfico de drogas levou a polícia até as obras. Elas estavam escondidas em Castellammare di Stabia, a 30 km de Nápoles, na casa de um membro da máfia Camorra.

As duas obras do primeiro período do artista, avaliadas em vários milhões de euros, eram objeto de uma ordem de busca internacional desde que foram roubadas em 7 de dezembro de 2002 no museu.

O quadro 'Vista do Mar em Scheveningen (tormenta)' Foto: AFP

O general Giorgio Toschi, da polícia financeira e alfandegária, ressaltou nesta segunda-feira que o roubo das duas obras fazia parte do "Top 10 dos crimes de arte". "As obras de arte representam mais do que nunca um porto seguro, também para o crime que os utiliza como instrumentos de investimento ou meio de pagamento e de garantia em transações entre organizações delinquentes", explicou.

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