PUBLICIDADE

''''Não conseguimos ainda ter idéia do significado do prêmio''''

Diretor de Café com Leite, um dos outros três brasileiros premiados, se diz feliz com recepção dos adolescentes

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Além de Tropa de Elite, a 58ª edição do Festival de Berlim premiou outros três brasileiros. Os curta-metragens Café com Leite, de Daniel Ribeiro, e Tá, de Felipe Sholl, levaram o prêmio na categoria temática infanto-juvenil e gay; e Sandra Kogut recebeu uma menção honrosa pelo seu longa-metragem Mutum, inspirado em obra de João Guimarães Rosa. ''''Não dá para definir o tamanho da nossa surpresa, não imaginávamos que seríamos premiados'''', disse ontem ao Estado, de Berlim, Daniel Ribeiro, diretor de Café com Leite. O curta narra a história de um casal homossexual que tenta adotar um menino, sobrinho de um deles, que acaba de perder o pai. ''''Não tínhamos o menor parâmetro, já que o júri é formado por adolescentes. E não sabemos ainda qual o significado dessa vitória, é tudo muito recente, inesperado'''', diz, tentando arriscar uma explicação para o sucesso do filme. ''''Desde o início, desde as primeiras exibições, tivemos medo da polêmica que o curta poderia despertar. Mas percebemos que os mais jovens têm a cabeça mais aberta para a questão. Mesmo o ator que interpretou o menino no filme, Eduardo Melo, em nenhum momento se incomodou com as cenas em que os outros dois atores se beijavam. E acho que a reação do júri infanto-juvenil segue por esse caminho também. De repente, o filme esteja servindo para mostrar isso, podemos aprender com essa geração'''', diz o diretor. Tá, que segundo Sholl foi incluído ''''de última hora'''' no programa da mostra Panorama como abertura do longa brasileiro Maré, Nossa História de Amor, também toca na temática do homossexualismo ao mostrar uma cena de banho na qual um jovem tenta que seu amigo consiga uma ereção. Para o diretor, a história é narrada ''''com muito humor'''' e, embora a princípio possa parecer ''''sórdida e suja'''', na realidade transmite uma mensagem romântica. ''''Hoje em dia há muita liberdade sexual, o que é muito positivo, mas é verdadeiramente difícil obter a intimidade de alguém'''', afirmou Sholl, que sustenta, porém, não se tratar de uma história ''''para gays'''' já que se refere a um tema ''''universal''''.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.