Na Bahia, música orquestral rima mesmo com integração social

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Por Lourdes Sola
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PROJETO: Desde o ano passado, o pianista Ricardo Castro deu início ao programa Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, o Neojibá. O projeto tem apoio do governo daquele Estado e o objetivo é estimular a integração social com a prática da música orquestral. Não se trata de um programa destinado a crianças carentes, mas a todos que se interessem pela música orquestral. "Conheci um projeto como esse na Venezuela, quando me apresentei naquele país e achei que o Brasil poderia desenvolver algo semelhante", garante ele. A idéia agradou ao governo baiano e já integra as ações da Secretaria de Cultura na gestão de Márcio Meirelles. Inicialmente, foram selecionados jovens que soubessem ler partituras e que tocassem um instrumento. Um outro requisito era que os estudantes tivessem as tardes livres. Foram selecionados cerca de 80 jovens para tocar na orquestra juvenil e depois mais 20. "Hoje, já são 130 e podemos dizer que esses 30 são crias dos novos monitores", conta. De acordo com o pianista, os monitores serão multiplicadores na formação dos novos músicos. Esses jovens estudam todas as tardes, das 14 às 17 horas, no Teatro Castro Alves, espaço adequado para o aprendizado musical. "É importante tocar todos os dias para poder desenvolver-se, mas é preciso haver um espaço com qualidade acústica e um mínimo de conforto, porque são muitas horas de trabalho", diz. Daqui para frente, a idéia é oferecer a iniciação musical a outros interessados. Além de buscar parcerias para que o projeto tenha recursos não só do governo estadual, Ricardo Castro pretende oferecer a experiência internacional a integrantes do grupo. "Queremos que façam estágios em outros países e que compartilhem o aprendizado com aqueles que estão sendo formados no Brasil", diz. De acordo com o pianista, numa sondagem, mais de 500 jovens se mostraram interessados em fazer parte de uma orquestra - e têm a vontade de poder tocar um instrumento.

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