Na aurora do mundo, a criação do primeiro herói

Sempre atraído por superproduções, Emmerich logra seu melhor trabalho

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Por Crítica Luiz Carlos Merten
Atualização:

Roland Emmerich é o tipo do diretor que os críticos têm prazer em odiar. Alemão, fascinado por Hollywood e pelas superproduções - ele próprio considera inimaginável fazer um filme de baixo orçamento -, Emmerich tenta sempre ser mais patriótico dos que os próprios norte-americanos, como provam Independence Day e, justamente, O Patriota. E não é que ele está de volta com um filme mais interessante, o melhor (ou menos ruim?) de sua carreira. Veja trailer do filme 10.000 A.C. 10.000 a.C. tem tudo o que Emmerich gosta - ação, aventura, muitos efeitos, uma narrativa épica (e mítica). Voltando-se para a aurora do mundo, o diretor recua cem séculos no tempo para debruçar-se sobre a saga do primeiro herói, D''''Leh, pertencente a uma tribo primitiva que, logo no começo, passa por um primeiro sobressalto, com a chegada desta menina de intensos olhos azuis. A feiticeira, mãe dos tempos, vê nela a confirmação da profecia que anuncia tempos difíceis. A tribo de D''''Leh vive de caçar mamutes, que escasseiam. Seu pai parte escondido em busca de melhores condições, mas para a tribo é um desertor, que abandonou seu povo. D''''Leh cresce convencido de que é verdade e, mais do que dor, sente vergonha pelo abandono do pai. As circunstâncias fazem com que ele se transforme no maior dos caçadores de mamutes, com direito a reivindicar a mão de Evolet, que também virou uma linda mulher. Quando ele renuncia à garota - veja para saber por que -, Evolet é seqüestrada, com os jovens da tribo, por misteriosos guerreiros que muitos identificam como demônios. A busca pela amada coloca D''''Leh na estrada com um reduzido grupo de guerreiros. No caminho, ele encontra o tigre de dentes de sabre, que alimenta seu mito pessoal. Como homem que fala com o tigre (outra profecia), D''''Leh une todas as tribos primitivas para combater esta civilização que parece ter vindo das estrelas. O amor, a paternidade resgatada - o pai foi um bom homem -, um herói e uma heroína (a ''''meio'''' brasileira Camilla Belle) destinados a cumprir a profecia. Em tempos cínicos como os atuais, Roland Emmerich usa todos os recursos do cinemão para construir uma história de redenção, com direito a segunda chance e volta ao lar, temas essenciais da produção de Hollywood. Sem preconceito, é possível embarcar na magia de sua fábula. Serviço 10.000 A.C. (10.000 B.C., EUA/2008, 109 min.) - Aventura. Dir. Roland Emmerich.12 anos. Cotação: Regular

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