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Museu também abriga contemporâneos

Intensidade cromática marca criação de Luis Gordillo e Manolo Quejido, no subsolo

Por Maria Hirszman
Atualização:

Além da mostra de desenhos, que será inaugurada amanhã no primeiro andar do Masp, o museu exibe neste momento, no subsolo, a obra de dois artistas de grande relevância no cenário contemporâneo espanhol: Luis Gordillo e Manolo Quejido. Apesar de não pertencerem exatamente à mesma geração, os dois possuem grandes pontos de encontro, como a busca de uma viva intensidade cromática, o recurso a uma série de questões derivadas do universo da arte pop - numa curiosa mescla entre vocabulário surrealista e inspiração urbana, pós-industrial - e uma inquietação permanente com as fronteiras estanques entre figuração e abstração. Luis Gordillo, que no ano passado foi agraciado com o Prêmio Velázquez (este ano atribuído ao brasileiro Cildo Meireles), exibe um conjunto de obras - 33, no total - bastante eclético do ponto de vista técnico, no qual explora simultaneamente fotografia, desenho e pintura. O mesmo grau de experimentação pode ser atribuído à produção de Manolo Quejido, mas há em sua produção uma dose extra de ironia, como quando resgata as telas supostamente abstratas da série Tabiques para o campo do figurativo ao adicionar, de maneira altamente provocativa, a imagem de uma tela branca sobre um cavalete. O que eram meros planos de cor se transformam assim em imagens pictóricas tangíveis, sejam elas reais ou imaginárias.

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