13 de novembro de 2019 | 06h00
Quando começou a pesquisar sobre filmes brasileiros que tivessem alguma proximidade com um musical, o jornalista e cineasta Duda Leite acreditava que listaria alguns poucos títulos. “Em quase seis meses de busca, encontrei mais de 80”, surpreende-se ele que, com tal material, reforçou a presença brasileira na exposição Musicais no Cinema, que abre nesta quarta, 13, no MIS.
Criada pelo Musée de la Musique - Philharmonie, de Paris, a mostra busca apresentar um amplo panorama do cinema musical, notadamente o americano, desde sua origem até os dias atuais, por meio de fotografias, vídeos, figurinos e depoimentos. “É a primeira vez que a exposição sai da França e fiquei impressionado com a participação brasileira - não esperava ver filmes com Gil, Caetano e João Gilberto”, disse o pesquisador N. T. Binh, curador da mostra e grande especialista em cinema: além de escrever para a revista Positif, é autor de importantes trabalhos sobre os cineastas Claude Sautet e Joseph L. Mankiewicz.
Ele se refere à participação nacional, que inclui verdadeiras joias (veja abaixo). “O período de maior produção coincide com o da chanchada, especialmente nos anos 1950”, conta Leite, que coletou cartazes (muitos originais), além de trazer em vídeo depoimentos de artistas diretamente relacionados ao cinema musical brasileiro - como Cacá Diegues, que dirigiu Quando o Carnaval Chegar (1972), Bye Bye Brasil (1979), Orfeu (1999) e o recente O Grande Circo Místico (2018).
Divididas em mais de 20 seções, a exposição é capaz de agradar todos os gostos - desde os adoradores de filmes recentes, como o explosivo Rockteman e o dispensável La La Land, até clássicos insuperáveis como West Side Story e Cantando na Chuva; há curiosidades como ouvir a voz que dublou artistas que não tinham o dom do canto (como Audrey Hepburn, em My Fair Lady).
Fãs de selfies poderão imitar Gene Kelly em um poste, em Cantando, ou vestir o imenso chapéu de bananas de Carmen Miranda, em Entre a Loura e a Morena (1943).
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