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Mostra no Farol Santander tem obra imersiva com vista para São Paulo

Exposição 'Vazios Povoados' junta a obra, dos brasileiros Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, com uma instalação do britânico Haroon Mirza

Por Pedro Rocha
Atualização:

O recém-reaberto Edifício Altino Arantes, no centro de São Paulo, hoje Centro Empresarial e Espaço Cultural Farol Santander, vai ganhar uma exposição imersiva, que convida o público a ver São Paulo – e o mundo – do alto e com outros olhos. Com o título de Vazios Povoados, a mostra, que será aberta na terça-feira, 29, é a reunião de duas obras interativas, a exclusiva TUBO, dos brasileiros Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, e a inédita no Brasil /\/\/\/\/\/ (lê-se Aquarius), do britânico Haroon Mirza. Cada uma ocupa um piso do prédio, nos 22.º e 23.º andares, respectivamente. 

Obra 'TUBO',de Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, que ocupa o 22º andar do Farol Santander, como parte da mostra 'Vazios Povoados'. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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A que deve concentrar um maior números de cliques nas redes sociais é TUBO, que consiste na reprodução exata da vista do lado de fora da sala, em vídeo, a partir de um grande túnel metalizado, com um efeito caleidoscópico, que é convite a fotografias. “Pensamos nisso”, confessa Rejane Cantoni ao Estado. “Somos artistas sem galeria, trabalhamos realizando obras. As redes sociais são importantes. As pessoas irem, desfrutarem e viverem a experiência para nós é fundamental.”

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A escultura – formada por um cilindro de madeira com 3 m de largura, por 2,10 m de altura, e 13,75 m de comprimento – foi criada para se encaixar no espaço do piso e permite que os visitantes se sintam flutuando, sem janelas ou barreiras de proteção. Dois projetores reproduzem imagens gravadas logo ali, atrás da estrutura, durante quatro dias. O vídeo final, editado, passa por várias horas do dia e da noite e diferentes condições meteorológicas. “O que nos chamou a atenção é que a torre do prédio tem janelas pequenas, então pensamos em abri-las e, virtualmente, derrubar a fachada, para quem entrar na sala voar”, explica Cantoni. 

Obra imersiva 'Aquarius', do britânico Haroon Mirza,mesclatecnologia e informação para falar da polarização no mundo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Logo acima, no 23.º andar, o artista britânico Haroon Mirza adapta a sua obra /\/\/\/\/\/\, apresentada no mundo apenas duas vezes, na França e na Dinamarca. A instalação consiste em caixas de som e televisões, integradas e sincronizadas, num trabalho de tecnologia e crítica social. As imagens trazem a atual situação de polarização no mundo. Apesar de ser confessadamente um trabalho eurocêntrico, Mirza acredita que o público brasileiro vai se relacionar facilmente com a obra. Além disso, optou por deixar as janelas, com a vista para São Paulo, visíveis na instalação. “A obra é complexa, tem muita informação, e você olha para o lado de fora e tem um espelho disso”, diz o artista.

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