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Mostra de Curitiba assume maioridade

Mesmo sem grande patrocínio, festival celebra 18 anos com mais de 300 peças

Por Evandro Fadel e CURITIBA
Atualização:

O Festival de Curitiba, que este ano terá 24 espetáculos na Mostra Contemporânea e 281 no Fringe (espaço livre para companhias que querem apresentar seus trabalhos), chega à maioridade, também sentindo os reflexos da crise econômico-financeira que tomou conta do mundo. A Petrobras, que durante 11 anos era responsável por cerca de 20% do orçamento, desta vez ficou de fora. Nem tudo foi coberto pelos outros patrocinadores. "Nós nos adaptamos à realidade em que vivemos e apresentamos o festival ao público do tamanho que podemos apresentar", acentuou o diretor do evento, Leandro Knopfholz. Em sua 18ª edição, entre 17 e 29 de março, Knopfholz ressaltou que o festival realmente assumiu a maioridade. "Tanto, que pode dar-se ao luxo de não ter a Petrobras e continuar firme", disse. "Mas esperamos que seja uma questão momentânea e, em 2010 a Petrobras anuncie sua participação no evento." Segundo ele, o enxugamento aconteceu mais nas áreas de infraestrutura e em setores como relações públicas, por exemplo, que teve redução no número de agentes internacionais convidados. Dos 25 previstos, apenas 6 foram confirmados. Em relação aos espetáculos programados não houve qualquer alteração. "Não chegamos a cortar nada porque tivemos a notícia da não participação da Petrobras em outubro, quando historicamente ela confirmava", afirmou. "Então, já montamos o festival sem contar com esse recurso." Além disso, Knopfholz ressaltou que o mais importante no evento é a "vontade dos espetáculos de estarem aqui". Conforme explica, nenhum deles recebe os valores que normalmente cobrariam em outros locais. Além do teatro, foco principal do festival, também há espaço para música, festas, shows de humor e magia, debates, exposições fotográficas e, a partir deste ano, experiências gastronômicas aliadas à música, com três chefs convidados. "Esta é a alma do festival, ser um evento festivo, inovador, ousado, que aponta tendências no cenário artístico nacional", destacou o diretor. Na curadoria da mostra contemporânea estarão a pesquisadora carioca Tânia Brandão, o crítico paulista Celso Curi e a jornalista paranaense Lúcia Camargo. A programação principal da mostra aponta três estreias, entre elas o drama chileno Sin Sangre, que funde as linguagens do teatro e do cinema para contar uma história de reconstrução da memória e do perdão. Do Brasil, as coreógrafas curitibanas radicadas em Nova York Rosane Chamecki e Andréa Lerner estreiam Borbulho. O monólogo Doido, de Elias Andreato, também será apresentado pela primeira vez. O drama Por Um Fio, baseado no livro homônimo de Drauzio Varella e dirigido por Moacir Chaves, é outro que estreia. Assim como o musical Rock?N?Roll, do dramaturgo inglês Tom Stoppard, que tem no elenco, entre outros, Otávio Augusto. Os ingressos começam a ser vendidos na quinta-feira no Shopping Müller, em Curitiba. Na Mostra Contemporânea, os valores são de R$ 40 e R$ 20 (meia).

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