Morre, aos 74 anos, o pintor paraibano Antonio Dias

Ele foi um dos principais artistas que mudaram o panorama da arte brasileira com obras de caráter político, nos anos 1960

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Por Antonio Gonçalves Filho
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O artista paraibano Antonio Dias, um dos principais nomes da pintura em atividade desde os anos 1960, morreu nesta quarta-feira, aos 74 anos, de câncer, na Clínica São Vicente do Rio de Janeiro, segundo anúncio feito por sua marchand Nara Roesler, que trabalhava com o pintor há nove anos. O velório será realizado na capela 7 do memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, onde o corpo será cremado. Antonio Dias estava com câncer no cérebro e chegou a ser operado no ano passado, na Itália, mas não resistiu aos efeitos da metástase  ( a doença se espalhou e atingiu os pulmões).

Antonio Dias em umaexposição sua em São Paulo: obras icônicas Foto: Masao Goto Filho/Estadão

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Antonio Diascomeçou sua carreira nos anos 1960,tendo estudado com o gravador Osvaldo Goeldi no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes, em 1959 , no Rio de Janeiro. Esse aprendizado foi essencial na formação do pintor, que participopu ativamente da resistência à ditadura militar instaurada no Brasil em 1964, produzindo uma obra de caráter político que denunciava o arbítrio do regime. Convivendo com  os artistas do Grupo Frente, sua arte mudaria de rumo nos anos seguintes, incoporando a abstração.

Após participar da histórica mostra Opinião 65, foi descoberto pelo crítico francês Pierre Restany, que o convidou a participar da Bienal de Paris. Era o começo de uma carreira internacional de sucesso (ele é um dos poucos artistas brasileiros a ter cotação internacional). Em 1971 recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim e deu início a uma série hoje canônica, The Illustration of Art. Fragmentos dela serão exibidos na exposição individual do artista que a galeria Nara Roesler abre no dia 25 com curadoria do crítico Paulo Sérgio Duarte. A mostra traz ainda uma obra inédita de Dias que se encontrava no seu ateliê italiano.

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