MAM de São Paulo exibe obras de seu acervo mostradas nos EUA

Museu de Arte Moderna paulista remonta, em sua sede, a exposição que esteve em Phoenix em 2017

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Por Pedro Rocha
Atualização:

Em 2017, o público de Phoenix, capital do estado norte-americano do Arizona, teve a oportunidade de conhecer algumas das principais obras do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, numa exposição realizada no Phoenix Art Museum, focada em arte brasileira. Agora, o público brasileiro vai ter a oportunidade de ver a mesma exposição montada no próprio MAM. 

A partir desta quarta-feira, 23, será aberta ao público a mostra Passado/Futuro/Presente, uma seleção de 72 obras de arte contemporânea do acervo do MAM, focada especialmente em obras recentes, dos anos 1990 e 2000. As obras são as mesmas que haviam sido expostas em Phoenix, na primeira exposição de trabalhos do museu paulista nos EUA. 

Obra 'Nota sobre uma cena acesa ou os dez mil lápis', de 2000, do artista José Damasceno, abre a exposição 'Passado/Futuro/Presente' no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini

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Com curadoria conjunta da norte-americana Vanessa Davidson, do Phoenix Art Museum, e do brasileiro Cauê Alves, do MAM, a ideia central da exposição original era mostrar um conceito de brasilidade diferente do que o público estrangeiro está acostumado. "A nossa ideia era trazer uma arte não muito conhecida entre eles mesmo, principalmente a partir dos anos 90, mas com algumas âncoras históricas, como Waltércio Caldas e Antonio Manuel", explica Alves."Quisemos romper certos estereótipos de arte brasileira, trazer trabalhos em que a multiplicidade aparecesse, que os vários sotaques pudessem surgir", acrescenta o curador. "Ainda existe uma ideia de samba, futebol e carnaval quando se fala de Brasil."

A exposição conta com nomes importantes da arte contemporânea nacional, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Tunga, Carmela Gross e Nelson Leirner. A decisão curatorial foi dividir a mostra em cinco núcleos, intitulados O corpo/O corpo social, Identidades mutáveis, Paisagem reimaginada, Objetos impossíveis e a Reinvenção do monocromo

Obra 'A experiência Mondrian', de 1978, do artista Waltercio Caldas, que faz parte do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini

O título da exposição, Passado/Futuro/Presente, também é um guia curatorial, segundo Cauê. "A gente quis evitar uma compreensão da arte brasileira muito cronológica. Cada obra de arte tem uma compreensão do passado e abre caminhos para o futuro", esclarece. "Em todo presente está contido algo do passado e do futuro."

Para a curadora Vanessa Davidson, a mostra, em sua exibição original nos EUA, cumpriu seu papel de desmistificar a arte brasileira. "Foi a primeira exposição de arte brasileira no sudoeste dos EUA. A comunidade gerou teve um entusiasmo grande e a imprensa destacou como uma das melhores exposições de 2017", revela a norte-americana, que já havia estudado a arte brasileira e é encantada pelo acervo do museu. "Acho que é importante destacar que o processo de seleção das obras foi só um dos vários caminhos possíveis de serem feitos dentro da coleção do MAM."

Por coincidência, a realização da exposição em São Paulo acontece logo após uma mostra comemorativa dos 70 anos do MAM, encerrada no ano passado. Lá, já estavam algumas obras que continuam em exibição e vão poder ser vistas, também, em Passado/Futuro/Presente, como Sem Título (1997), de Rosana Paulino, e 50 horas: auto-retrato roubado (1992-93), de Rochelle Costi.

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Passado/Futuro/Presente

MAM. Parque Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº. Tel. 5085-1300. 3ª a dom., 10 às 18h. R$ 7, gratuito aos sábados. Até 21/4.

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