Lúcia Glaz abre sua primeira individual em São Paulo

Pintora, descoberta pelo colecionador Pedro Mastrobuono, curador da exposição, apresenta 20 pinturas a partir de hoje, dia 14, na Galeria Berenice Arvani

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Por Redação
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A Galeria Berenice Arvani abre hoje, dia 14, a primeira exposição individual da pintora santista Lúcia Glaz, que reúne 28 pinturas selecionadas pelo colecionador Pedro Mastrobuono, diretor do Instituto Volpi, também curador da mostra. Segundo Mastrobuono, “uma primeira chave de aproximação ao trabalho de Lúcia Glaz é a absorção do silêncio e da beleza de suas telas”. O trabalho da pintora, que ele define como construtivista, “comunica-se com o sentido espiritual da arte de nomes como Torres-García e Alfredo Volpi”.

Lúcia Glaz, descoberta entre concretos como Sacilotto e Charoux Foto: Amanda Perobelli//Estadão

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Para a crítica e curadora Denise Mattar, que já assinou exposições de Volpi, Di Cavalcanti, Portinari, Guignard e Ernesto de Fiori, entre outros grandes pintores do modernismo brasileiro, o minimalismo poderia ser empregado para definir a “construção poética” da pintura de Lúcia Glaz. “No seu trabalho, a cor e a estrutura são inseparáveis, não há narrativa, somente linhas cromáticas dispostas numa sucessão de contrastes e modulações.”

Ainda segundo Denise Mattar, a pintura de Lúcia Glaz “filia-se à vertente de coloristas sutis como Alfredo Volpi, Judith Lauand ou João José Costa.” E foi justamente essa afinidade, acrescenta a crítica, que levou a artista a ser convidada por Celso Fioravante, editor do Mapa das Artes, para participar, em março do ano passado, da exposição Razão Concreta, na Galeria Berenice Arvani, mostra que reuniu alguns dos mais importantes artistas do concretismo brasileiro, entre eles Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Hércules Barsotti e Arnaldo Ferrari, entre outros grandes pintores.

Tela de Lúcia Glaz, em exposição na Galeria Berenice Arvani 

Foi nessa exposição que o colecionador Pedro Mastrobuono conheceu as pinturas de Lúcia Glaz. Impressionado com o uso de variações cromáticas em torno do rosa, cor que parecia destinada exclusivamente aos pintores renascentistas, Mastrobuono descobriu, segundo suas palavras, “uma artista plena e madura, com um fazer silencioso, sem alarde, sem disputa por reconhecimento ou mercado.”

Tons de azul na horizontalem obra de Lúcia Glaz 

A pintora, de fato, tem uma história muito parecida com a de Tomie Ohtake (1913-2015), que só depois de ter formado os filhos passou a se dedicarà pintura em tempo integral. De modo semelhante, Lúcia Glaz criou seus três filhos como professora de geografia e voltou à pintura quando eles concluíram o curso superior. Ela já participou de exposições coletivas em Santos, onde nasceu há 55 anos, mas esta é sua primeira mostra em São Paulo. Lúcia começou a aprender pintura ainda adolescente, incentivada pela irmã mais velha, Ilda Gamboa, pintora figurativa conhecida por ter reproduzido praticamente a obra integral do pintor acadêmico Benedito Calixto (1853-1927), nascido em Itanhaém, que fixou residência em Santos aos 16 anos.

A exposição A Beleza é Metafísica na Pintura de Lúcia Glaz será aberta hoje, às 19 horas, na Galeria Berenice Arvani (Rua Oscar Freire, 540, tel. 3088-2843 e 3082-1927). A entrada é franca. A mostra da pintora, que será incluída num livro em preparo sobre Volpi, Torres-García e outros onstrutivistas, fica aberta até 13 de outubro e pode ser visitada de segunda a sexta, das 10 horas às 19h30.

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