Completaram-se em setembro passado dez anos da morte de Akira Kurosawa, o grande diretor que, por sua importância, era tratado, com reverência, como ?Imperador? do cinema japonês. Mestre do paradoxo e do movimento, ele era criticado em seu país por basear-se em autores ocidentais e também por suas narrativas cujo ritmo estaria mais para Hollywood do que para a grande tradição japonesa dos teatros Nô e kabuki. Kurosawa iniciou sua carreira como diretor em 1943, mas foi só em 1951, com Rashomon, que se tornou conhecido no Ocidente, quando o filme recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Três anos mais tarde, de novo em Veneza, ele receberia o prêmio do júri por Os Sete Samurais, que conta a história de mercenários contratados por camponeses para enfrentar espadachins que estão roubando o produto de suas colheitas. É curioso constatar como Kurosawa, influenciado pelo Ocidente, ganhou remakes de seus grandes filmes em Hollywood. Os Sete Samurais, por exemplo, inspirou o vibrante western Sete Homens e Um Destino, de John Sturges. A edição dupla de Os Sete Samurais em DVD é oferta de virada do ano da Europa Filmes na rede 2001, Custa R$ 29,90. Além de um grande filme, o cinéfilo é contemplado com extras que incluem uma entrevista feita com Kurosawa em sua casa, em 1993, mesmo ano em que ele realizou seu último filme, Madadayo.