PARIS - O Tribunal Superior de Paris condenou ao pagamento de multa o artista americano Jeff Koons e o Centro Pompidou, acatando denúncia dos herdeiros do fotógrafo francês Jean-François Bauret, de que a obra Naked (Nu), do artista americano, é plágio, calcada em obra do fotógrafo.
A instituição cultural parisiense e a empresa Jeff Koons LLC, da qual o artista é diretor, foram condenadas a pagar 20 mil euros (US$ 21.000) a título de danos aos herdeiros do fotógrafo, e mais 20.000 euros de custas judiciais. Da sentença ainda cabe recurso.
Koons, 62 anos, foi obrigado ainda a pagar mais 4.000 euros (US$ 4.200) à família por ter reproduzido a obra em sua página na Internet.
Sua escultura de porcelana representa um menino e uma menina de cerca de oito anos, ambos nus.
Para a mulher do fotógrafo, Claude Bauret-Allard, o artista se inspirou diretamente em foto feita por seu marido, que morreu em janeiro de 2014.
Jean-François Bauret foi um dos pioneiros dos retratos de nus e pela sua objetiva passaram, vestidas ou não, inúmeras personalidades, como o cantor Serge Gainsbourg, o estilista Jean-Paul Gaultier, lembrou o jornal Le Parisien.
Naked faria parte da retrospectiva que o Centro Pompidou dedicou ao artista americano, inaugurada em novembro de 2014 e que foi até abril de 2015. Mas o museu decidiu não expor a obra por entender que estava “ligeiramente danificada”.
Uma outra obra dessa série, Fait d’hiver também foi retirada da mostra depois que o autor das campanhas publicitárias da marca Naf-Naf, nos anos 80, Franck Davidovici, também acusou Koons de plágio.
A escultura em questão mostra um porquinho que se aproxima de uma mulher caída na neve, similar à imagem dos anúncios publicados em 1985.
A exposição dedicada ao artista, intitulada Jeff Koons foi a mais visitada na história do Centro Pompidou de Paris, no caso de um artista vivo, com um total 650.045 visitantes.