
09 de dezembro de 2014 | 19h47
Atualizada às 22h
O alemão Jochen Volz será o curador da 32.ª Bienal de São Paulo, prevista para ocorrer em 2016. A decisão foi anunciada na noite desta terça-feira, 9, em reunião realizada na Fundação Bienal de São Paulo. Na ocasião, ainda, o empresário Luis Terepins foi reeleito presidente da entidade para o período de mais dois anos. Jochen Volz, atualmente curador-chefe de programação da Serpentine Galleries de Londres, foi, entre 2005 e 2012, diretor artístico do Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, e cocurador da 53.ª Bienal de Veneza, em 2009.
"Poucos têm a competência e o conhecimento acumulado do Brasil e do exterior como Volz", afirmou Luis Terepins. Depois do teor político da última 31.ª Bienal de São Paulo, encerrada no domingo no Ibirapuera, o historiador de arte alemão seria um curador capaz de promover uma exposição "mais poética, mais objetual", considera o presidente da instituição. "Não que exista certo e errado, mas a Bienal deve trazer diversidade, opções diferentes para o público", continua Terepins, de 59 anos.
Jochen Volz disse ao Estado que espera trazer para seu projeto a experiência que tem desde 2004 no Brasil, o que inclui, ainda, a participação no time curatorial da 27.ªBienal de São Paulo, de 2006, assim como sua "grande paixão pela arte brasileira e latino-americana". "Acho que seria um pouco demais dizer que vou fazer contraponto à 31.ª Bienal, mas vai ser uma edição diferente por natureza". A primeira apresentação do conceito geral da 32.ª mostra, de 2016, está marcada para fevereiro.
Apesar de ter deixado o cargo de diretor de Inhotim para se dedicar ao trabalho na Serpentine de Londres, o alemão, de 43 anos, continua envolvido em atividades do instituto em Minas Gerais, como a exposição que será inaugurada na sexta-feira no Palácio das Artes de Belo Horizonte. "Ao fazer meu plano de trabalho, vou decidir que tipo de envolvimento poderei ter em Inhotim nos próximos meses", afirma Jochen Volz.
A 31.ª Bienal recebeu entre 6 de setembro e 7 de dezembro cerca de 472 mil visitantes. Com curadoria-geral de um time de estrangeiros formado pelo escocês Charles Esche, pelos israelenses Galit Eilat e Oren Sagiv e os espanhóis Nuria Enguita Mayo, Pablo Lafuente - além dos curadores -associados Benjamin Seroussi e Luiza Proença -, a edição foi controversa, gerando críticas do meio artístico.
Segundo Terepins, que integra a diretoria da Fundação Bienal desde 2009, um dos desafios de sua gestão será sanar a dívida de R$ 12,2 milhões da instituição junto ao Ministério da Cultura. Um acordo firmado em maio de 2013 prevê que a Bienal pague, até 2018, o montante em parcelas. O presidente conta que a meta para 2015 será quitar R$ 3,7 milhões do total.
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