Iron Maiden promete voltar em 2011 após show para 63 mil fãs

''Este é o maior público que já tivemos em todo o mundo'', afirmou Dickinson

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Por Livia Deodato e Marco Bezzi
Atualização:

"São Paulo, nós voltaremos em 2011, pode ter certeza!" Quando Bruce Dickinson fala, é melhor acreditar. O vocalista e piloto do Boeing 757 Ed Force One cravou a frase enquanto Sanctuary, última música do show do domingo à noite, ainda ecoava no Autódromo de Interlagos entre as 63 mil pessoas, segundo a organização do evento. As duas horas de magia pura fizeram os VIPs e não-VIPs abrirem um sorriso de orelha a orelha. A lama e a falta de organização levaram um bico no traseiro. A pancada de chuva de menos de 30 minutos que caiu no fim da tarde de domingo foi a responsável pelo lamaçal que tomou conta da pista, pelo trânsito intenso, pela fila quilométrica de até 4 horas e por danos no palco. O atraso do show, de uma hora, se fez necessário para reparar estragos técnicos causados pelo aguaceiro e também para aguardar a entrada de todos os pagantes , cujo desembolso foi de no mínimo R$ 70 pela meia-entrada para pista comum e R$ 350 pelo ingresso inteiro da pista premium (sem contar a taxa de conveniência). "Nós pedimos desculpas pelo atraso. Queríamos ter a certeza de que todos vocês estariam aqui dentro", disse o vocalista logo após entoar as três primeiras canções, Aces High, Wrathchild e 2 Minutes to Midnight. Mais para frente, voltou a pedir a compreensão do público pelo fato de alguns dos fogos de artifício terem se transformado em biribinhas. "A chuva estragou muitos dos efeitos que preparamos para vocês, nos desculpem", pediu novamente. A afirmação de Dickinson de que 100 mil pessoas marcaram presença diz respeito à soma dos dois públicos da mesma turnê realizada em São Paulo, Somewhere Back in Time - no ano passado, reuniram cerca de 40 mil no Palestra Itália. No palco, Dickinson se esgoelou para alcançar os agudos que o fizeram levar o apelido de "Sirene de Combate". Wrathchild foi a primeira novidade no repertório deste ano. A turnê que volta ao País em pouco mais de um ano traz outros clássicos, (como Children of the Damned e Phantom of the Opera), fogos, o Eddie múmia e ainda celebra a première mundial do documentário Flight 666, que ocorreu no Rio (leia ao lado)."Ontem (sábado) tocamos para o nosso maior público no Rio, 22 mil pessoas", contou aos paulistanos, que responderam com uma sonora vaia. "E pensávamos ter tido o nosso maior público na Suécia, quando reunimos 57 mil em um show-solo. Mas vocês ganharam. Este é o maior show que já fizemos em todo o mundo", garantiu Dickinson sob gestos roqueiros e gritos de excitação. A turnê que celebra os anos dourados da Donzela de Ferro hipnotiza três gerações distintas. Em The Trooper, Dickinson traja uniforme militar e traz a bandeira da Inglaterra. Poderia ser cafona se não fosse o Iron Maiden. Mais do que a música, os fãs que acompanham a banda por mais de 30 anos compram o pacote completo: cenografia, uniformes, visões do futuro e o mascote Eddie. No formato múmia, Eddie surge colossal em Iron Maiden, no fundo do palco. No bis, em The Evil That Man Do, encarna Blade Runner. O sexteto, conhecido por não cometer erros sai do roteiro. Em Powerslave, após a introdução, o baterista Nicko McBrain entra atrasado na música. O baixista Steve Harris parece preocupado e conversa com seu técnico de som a todo momento. E mesmo o caos para sair do Autódromo não fez esmorecer os combatentes da lama. Dickinson, Harris, Murray, Smith, McBrain e Gers, mais uma vez, saíram vencedores. Que venha 2011.

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