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Impossível não se emocionar e rir com o vagabundo de Capra

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Em 1941, Frank Capra já ganhara três vezes o Oscar, por de Aconteceu Naquela Noite, O Galante Mr. Deeds e Do Mundo Nada Se Leva. Tendo se transformado no diretor que mais bem representava o estilo reformista do New Deal do presidente Roosevelt, ele unia popularidade e prestígio, mas com o tempo passou a ser cada vez mais contestado por seus truísmos e moralismos que representariam Hollywood no que tem de mais sentimental. O problema de Capra é que ele acreditava no filme com mensagem, como Adorável Vagabundo, justamente de 1941, no Telecine Cult, às 19h50. Ameaçada de demissão, a repórter Barbara Stanwyck forja uma carta para o jornal, na qual um certo John Doe (João Ninguém) ameaça se matar em protesto contra a corrupção e politicagem que dominam o país. O sucesso é tão grande que é preciso criar um John Doe real. Surge Gary Cooper, manipulado por tudo e todos, mas cuja consciência o leva a realmente querer se matar, na noite de Natal. Capra pode até irritar com suas boas intenções e discursos moralizadores sobre democracia, mas Cooper e Barbara formam dupla excepcional e, se a estética do diretor ficou datada, e talvez não seja política como ele gostaria, Capra prova que é grande entertainer. É impossível deixar de rir, de se emocionar.

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