Guggenheim contra Guggenheim perante a justiça francesa

Coleção da família em Veneza é a razão do conflito

PUBLICIDADE

Por Thomas Samson
Atualização:

A Fundação Guggenheim e os descendentes de Peggy Guggenheim (1898-1979) se enfrentaram nesta terça-feira sobre a gestão da suntuosa coleção da família em Veneza, perante um tribunal francês que deve proferir uma decisão em setembro.

A milionária colecionadora Peggy Guggenheim acumulou durante sua longa vida obras feitas por artistas como Picasso, Braque, Miró, Matisse, Dali, Duchamp, Max Ernst, Rothko, Motherwell e Pollock.

O neto de Peggy GuggenheimSandro Rumney (E) e seu advogado Olivier Morice Foto: AFP PHOTO / THOMAS SAMSON

PUBLICIDADE

Desta coleção, 326 peças estão expostas na fundação criada por seu tio, na cidade italiana dos canais.

Para Sandro Rumney, neto de Peggy que vive na França, e seus filhos, a coleção foi desfigurada ao sofrer alterações feitas por outros colecionadores.

Um dos advogados, Bernard Edelman, estima que a coleção é "um trabalho espiritual" sobre a qual os descendentes têm o "direito moral".

Olivier Morice criticou "a vontade da fundação de minimizar o gênio de Peggy Guggenheim e a natureza completamente excepcional de sua coleção", o que representa apenas 50% das obras expostas.

Paralelamente, os recorrentes denunciam uma "profanação" da sepultura da colecionadora, cujas cinzas estão enterradas em um canto do jardim, onde são dados coquetéis e onde uma placa menciona o nome de outro patrono do museu.

Publicidade

Para a fundação, o caso deve ser julgado improcedente. O advogado Christophe Perchet lembra que ambas as partes já assinaram um acordo em 1994 para encerrar o processo, segundo o qual "a coleção não é um trabalho espiritual".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.