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Grupo mistura rock com trance psicodélica

Brasil ouve primeiro o novo CD dos israelenses do Infected Mushroom, que tocam hoje no Rio, no festival Chemical Music

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Responsável por curiosa alquimia no mundo da música eletrônica, está voltando ao País o duo israelense Infected Mushroom. Eles são a principal atração do evento itinerante Chemical, de música eletrônica, no próximo sábado, no Rio de Janeiro. Detalhe: vêm ao Brasil para apresentar seu novíssimo disco, The Legend of the Black Shawarma, no qual juntam forças com ícones do mundo do rock, como Jonathan Davis, cantor do grupo Korn; Matt Sorum, baterista do Guns?n?Roses; e Perry Farrell (ex-Jane?s Addiction e Porno for Pyros). Jonathan Davis, do Korn, põe voz e gaita de fole a serviço da música Smashing the Opponent, o primeiro single do novo CD, que só será lançado em setembro (o Brasil ouvirá primeiro ao vivo). The Legend of the Black Shawarma sucede o festejado álbum Vicious Delicious, lançado em 2007 pelo selo do super-DJ Paul Oakenfold, Perfecto. "Nós começamos como uma banda de trance psicodélico, por isso às vezes dizem que somos psy-trance. Mas incorporamos muita coisa desde então, e usamos o heavy metal, o trance, o electropop e outros gêneros para criar uma grande fusão eletrônica", disse uma das metades do Infected Mushroom, Amit "Duvdev" Duvdevani, falando com exclusividade ao Estado de Israel, onde estavam em turnê. Duvdev e seu parceiro Erez Eisen são israelenses, mas vivem em Los Angeles. O Infected Mushroom já veio três vezes ao Brasil. Tocou no réveillon carioca, na Praia de Ipanema, na mesma jornada que o Black Eyed Peas. "Foi um dos melhores shows da minha vida!", lembra Duvdev, que é fã do Sepultura e do álbum Territory. "É a banda mais pesada de todas. Adoro o dark metal deles. Eles gravaram o Territory aqui em Israel, então eu me lembro ainda mais dessa fase." A menção ao heavy metal não é à toa. O som do Infected Mushroom tem ficado cada vez mais pesado, cada vez mais lançando mão da mistura trash metal com farinha eletrônica. "Há 20 anos, eu tinha uma banda de heavy metal. Gosto de incorporar o metal à trance. Fizemos um show recentemente com dois guitarristas. É interessante, porque os públicos da música eletrônica e do heavy metal são completamente diferentes, e fazer essa ponte é o que eu mais gosto", afirmou Duvdev. Duas vezes incluídos entre os dez maiores da música eletrônica na lista da publicação DJ Magazine, o som do grupo mistura som orgânico de bateria e guitarras com laptops e a parafernália eletrônica, com grande peso. "O Infected Mushroom é oriundo da pista de dança, mas busca uma abordagem diferente, como a de uma banda de rock. Não é correto dizer que somos psy-trance, porque somos também progressive, metal, free style. Tem lugar para muita coisa, mas com peso." Muitos pensaram que, quando o grupo foi levado às mãos de Paul Oakenfold, afamado produtor de house music, estava seguindo um caminho sem volta. "Mas ele adorou nossas fusões." O nome Infected Mushroom foi tomado "emprestado" pela dupla de um grupo inglês de punk rock e new wave. O grupo acabou há muitos anos, e Duvdev e Erez o reativaram. O problema é que o Infected se tornou uma banda das mais famosas da eletrônica, e aí os sujeitos chiaram. Mas nunca os processaram. Entre os seus primeiros hits, está a curiosa Dancing with Kadafi, mais um balanço do que uma tentativa de provocação. Há canções do grupo, como I Wish, no qual lembram muito uma de suas grandes influências iniciais, o Depeche Mode.

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