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Frenética e abusada, Madonna é do Brasil

Amanhã é dia de Maracanã lotado para a explosão megapop de Sticky and Sweet

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Não é hoje, mas amanhã o dia da alegria. Quinze anos depois de ter ganhado a platéia do Maracanã trajando uma camiseta do Flamengo, Madonna aporta de novo no mesmo estádio para o primeiro dos cinco shows da etapa brasileira da turnê Sticky and Sweet. Vinda do Chile, a popstar desembarcou no Rio ontem de manhã cercada de forte esquema de segurança, composta por vários policiais civis, militares e federais. Foi direto para o hotel Copacabana Palace. Ela chegou embaixo de chuva, entrou pela garagem lateral do hotel, na rua Rodolfo Dantas. Apenas seis fãs estavam de plantão na porta do local, na esperança que ela acene da varanda da sua suíte. Segundo informações do Copacabana Palace, é a mesma suíte usada pelos integrantes dos Rolling Stones na última vez em que estiveram no Brasil. Assim como tem acontecido nos outros shows da turnê, ela mesclou em seu repertório da última apresentação no Chile músicas do novo álbum, Hard Candy, com hits como Into the Groove, Vogue e Like a Praye, para cerca de 75 mil pessoas que assistiram ao show. Madonna também surpreendeu os presentes no Estádio Nacional ao aparecer durante a passagem de som, cerca de quatro horas antes do show, para cantar alguns trechos de músicas com o público que já enchia o local. O CEO da empresa Live Nation, que contratou Madonna, está acompanhando de perto essa turnê da cantora pela América Latina. Michael Rapino, que se associou na América Latina às empresas T4f (Time for Fun), brasileira, e CIE (Corporación Interamericana de Entretenimiento), do México, viajou com sua equipe pelos locais dos shows e supervisiona este que está sendo considerado o maior evento do show biz da atualidade. "Temos a maior companhia da América Latina como parceria, sem ter de comprar uma companhia ou investir um monte de capital", disse Rapino. Madonna, assim como o U2, a colombina Shakira, o rapper Jay-Z e as bandas Coldplay e Nickelback, entre outras, assinaram com a Live Nation nos últimos 12 meses. A cantora americana tem um contrato de US$ 120 milhões com a empresa. Além de deter um porcentual fixo no faturamento da turnê, a Live Nation controla todos os subprodutos de Madonna, da comercialização de um DVD a camisetas oficiais. "O paradigma do negócio musical mudou e como uma artista e mulher de negócios, eu tenho de me mover em direção ao novo paradigma", disse Madonna sobre o contrato. O modelo de atuação da Live Nation baseia-se no sistema "rent-a-system" usado em Hollywood , por meio do qual um estúdio produz um filme, mas licencia as outras funções para outro estúdio que já possui uma infra-estrutura de marketing e distribuição (no caso, a brasileira Time for Fun e a mexicana CIE). Na Argentina, um redator do jornal La Nación matou a charada a respeito do que representa o show de Madonna, num comentário na edição online do jornal: "Um show que faz o espectador desejar ter mais olhos ou poder colocar ?pause? para escutar e ver tudo, absorver o bombardeio único de imagens e depois continuar escutando, vendo, dançando." De fato, o bombardeio visual é frenético e Madonna tem uma companhia de dança inteira ao seu lado, com a "ação" se desenrolando em diversas frentes, nos telões, nos palcos laterais, nos palcos que se desprendem do chão com macacos hidráulicos, nos solos dos músicos. Acima do palco avançado, no meio do público VIP, flutua um gigantesco telão cilíndrico, que em determinado momento se move e desce sobre Madonna, que dança numa espécie de teatro de sombras. Só um homem-mosca para ver tanta coisa, e ainda assim não conseguiria ver tudo. Por todo lugar onde passa, o show levanta também uma controvérsia: é fato que ela não canta em alguns momentos, que faz play-back? Parece unânime que é play-back, mas defende-se Madonna dizendo que são gravações de apoio, que se usa para eventualidades, como uma falha do microfone. Ela canta de fato, e até desafina feio em Borderline, mas não que seja algo que faça muita diferença, pelo tipo de espetáculo que ela apresenta. Ou seja: Madonna nunca quis ser Sarah Vaughan, ela sabe que não sabe, e usa um milhão de truques para convencer a multidão de que sabe, e muito. A cantora anda pelas cidades com um aparato de chefe de Estado. Quando sai para passear, sai com três vans de seguranças. Ela vai no carro do meio. Quando pára no semáforo, os seguranças do último carro saem e cercam o carro dela. Serviço - Madonna Informações e compra de ingressos: www.ticketmaster.com.br ou 2846-6000/4004-1007 Rio de Janeiro Estádio do Maracanã. Rua Professor Eurico Rabelo s/n.º, Maracanã. Amanhã e 2.ª, 20 h. R$ 180/ R$ 600 São Paulo Estádio do Morumbi. Praça Roberto Gomes Pedrosa, s/n.º, Morumbi. Dias 18, 20 e 21/12, 20 h. R$ 160/R$ 300

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