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Franceses e Villa-Lobos em Campos

Na 40.ª edição, o festival vai homenagear a França e o compositor brasileiro

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Por João Luiz Sampaio
Atualização:

No ano em que chega à sua 40ª edição, o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão vai prestar uma homenagem dupla - de um lado, à música francesa, embarcando na programação do Ano da França no Brasil; de outro, a Heitor Villa-Lobos, compositor de quem se lembra em 2009 os 50 anos de morte. O evento, que tem direção artística do maestro Roberto Minczuk e, a partir deste ano, é realizado pela Santa Marcelina Cultura, começa no dia 4 de julho, com apresentação da Osesp, e, até o dia 26, levará 45 concertos ao alto da Serra da Mantiqueira. Entre os artistas convidados estão os pianistas Nelson Freire, Cristina Ortiz e Michel Dalberto, o violoncelista Antonio Meneses, o violonista Fábio Zanon e o violinista Shlomo Mintz, além das principais orquestras de todo o País. "O ano de 2009 foi escolhido para celebrar as relações culturais da França no Brasil. No campo da música este momento é significativo, pois permite realçar as relações inauguradas ainda nos primeiros anos do século 20, quando artistas brasileiros partiram para Paris e começaram a nutrir uma paixão musical mútua com os franceses. Foi nesta ocasião que os franceses conheceram a música de Villa-Lobos, por exemplo. Nesse sentido, o festival comemora não apenas estes mais de 100 anos de intercâmbio cultural, como também permite intensificar e tornar efetiva uma nova fase, com vistas a estreitar ainda mais os laços de produção musical entre os dois países", diz Silvio Ferraz, diretor pedagógico do evento. Por conta disso, um grupo de professores do Conservatório de Paris estará em Campos ao lado dos professores brasileiros e de outros países. Da mesma forma, pela primeira vez será um estrangeiro o compositor-residente do festival: Stefano Gervasoni, nome ligado ao Ircam, célebre centro de pesquisa musical fundado em Paris pelo maestro e compositor Pierre Boulez. Da França, vem também o maestro residente do festival, Guillaume Bourgogne, da Orquestra de Lyon. O programa da abertura terá a Osesp comandada pelo maestro Victor Pablo Perez, com obras de Bizet, Canteloube e Delibes - a Sinfônica Brasileira, as sinfônicas de Santos, Ribeirão Preto, Campinas e do Municipal de São Paulo, a Experimental de Repertório, a Camerata Fukuda e a Filarmônica de Minas Gerais completam o elenco de orquestras do festival. O pianista Nelson Freire fará recital dedicado a autores como Debussy, ao qual ele acaba de dedicar seu novo disco; Cristina Ortiz vai promover, em sua apresentação, o diálogo entre Debussy e Villa-Lobos; mais diálogos entre França e Brasil com o violonista Fábio Zanon, que vai tocar obras de Gilberto Mendes, Villa-Lobos, Poulenc, Roussell, Ibert, Fabini, Ramírez e Bellinati. O Quarteto Ysaÿe, um dos grupos residentes do festival, terá como foco obras de Duttileux e Ravel, que será interpretado também pelo pianista Michel Dalberto ao lado da Orquestra Acadêmica do Festival,formada por alunos e professores. MEMÓRIA O aniversário do festival não ficou de fora da programação, mas será lembrado fora do palco. A Santa Marcelina Cultura está convidando artistas, professores, produtores e membros do público a enviar à organização do festival documentos, programas, fotos, enfim, qualquer material relacionado com a história do evento. A ideia é montar um acervo com os principais momentos da programação. Mais informações podem ser obtidas no site www.festivalcamposdojordao.org.br, onde está disponível também a programação completa da edição deste ano e informações sobre vendas de ingressos.

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