''''Eu me jogo, pago mico sem pudor'''', provoca Márcio Garcia

Galã, que saiu da Globo e virou apresentador na Record, agora quer vencer no cinema

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Por Leila Reis e leilareis@terra.com.br
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Há três anos, o galã Márcio Garcia mudou o rumo de sua vida. Deixou a posição confortável de pertencer ao primeiro escalão do cast da Globo para ser apresentador de programa de auditório na Record. E se deu bem. Hoje, além de comandar um dos programas mais vistos da emissora - O Melhor do Brasil -, ele se tornou diretor-artístico da Record Filmes. Aos 37 anos e dois filhos (de 2 e 4 anos), Márcio está construindo uma produtora e se prepara para iniciar carreira com roteirista e diretor de cinema. Nesta entrevista exclusiva, ele diz que a receita de seu sucesso é se divertir com o que faz. Você fez bem em trocar a Record pela Globo há três anos? Na época foi um movimento arriscado, falei com muitas pessoas antes de tomar a decisão. O Boni me aconselhou a analisar o que eu queria da vida e clareou as coisas para mim. Eu estava na Globo há 11 anos, no auge depois da novela Celebridade e se tinha de mudar, aquela era a hora. Fiz a coisa certa porque tive a oportunidade de atuar em várias frentes. Hoje, lidero uma equipe de 25 pessoas, criei a maioria dos quadros do meu programa (O Melhor do Brasil). E hoje tenho tempo para o ócio criativo, porque minha rotina é tranqüila. E ganhou um cargo de direção na Record Filmes... Lá eu sou diretor-artístico, avalio projetos. Recebo dez roteiros por semana e tenho uma equipe para me ajudar a avaliar. Li um muito interessante sobre a vida do boxeador Popó, talvez seja o primeiro longa da Record Filmes. Mas toco projetos próprios fora. Vou dirigir o thriller O Golpe, com roteiro da Carol Castro, para a Total Filmes. E fiz o argumento e roteiro de Os Filhos do Morro, sobre um menino cego que consegue tirar um traficante do mundo do crime. Além disso, estou erguendo a minha própria produtora. Produtora de cinema? De tudo, filmes, minisséries, programas. Estou construindo em Jacarepaguá dois estúdios de mil metros quadrados cada um e um prédio de quatro andares. Você não sente saudade de atuar? De vez em quando eu ponho a cara em alguma novela. Fui chamado para fazer o personagem do Leonardo Vieira, em Caminhos do Coração, mas não dá para abraçar tudo. Novela é uma coisa muito longa. Você está feliz com o seu programa? O Melhor do Brasil tem quatro horas e registra entre 8 e 10 pontos o que o coloca entre os programas mais vistos da Record. Sinto isso na resposta do público na rua e pelo número de pessoas que se inscrevem para participar dos quadros: Vai dar Namoro tem uma fila de 3 mil pessoas. Qual quadro de maior sucesso? É As Aparências Enganam, no qual uma pessoa tem de descobrir qual é o casado, o solteiro e o gay. Alguém classificou o quadro como homofóbico, mas ele nada mais é do que uma brincadeira despretensiosa. Entidades dos gays entraram em contato para apoiar, porque se sentem respeitadas. De onde você tirou essa idéia? Clonei de um programa que vi no People & Arts, em que uma mulher é levada para uma ilha para conviver com três homens e tem de descobrir qual é a de cada um. Você se sente bem como apresentador? A onda é fazer de maneira meio trash, despretensiosa. Acho os apresentadores muito contidos, se levando muito a sério. Eu me jogo, pago mico, não tenho pudor. Minha receita é me divertir. E o dinheiro? Sou três vezes mais bem pago do que na Globo.

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