Estética e política, nas lentes de Siegel e Bertolucci

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Um clássico dos anos 50 e outro dos 60, ambos famosos por suas abordagens políticas e estéticas - ambas também muito diversas, é bom ressaltar - são as atrações de hoje no canal de cults da rede Telecine. Às 7h50, você pode (re)ver Vampiros de Almas, de Don Siegel. Às 22 horas, O Conformista, de Bernardo Bertolucci. Siegel já mostrara sua habilidade no thriller com Justiça Tardia, em 1946, mas foi com Vampiros de Almas, dez anos depois, que ele adquiriu a reputação de mestre do filme B. A história mostra como vagens gigantescas geram clones dos habitantes de uma pequena cidade, substituindo os cidadãos por seres sem vontade. A metáfora política, o vigor da realização, tudo fez a glória do filme que virou emblemático da paranóia dominante nas relações entre as superpotências, na época. Kevin McCarthy e Dana Wynter lideram o elenco, que tem até participação de Sam Peckinpah (o futuro diretor). Bertolucci adapta Alberto Moravia e transforma a história do homem que comete um assassinato político para agradar a Mussolini numa reflexão sobre a chamada maioria silenciosa. Imagens deslumbrantes e um grande o elenco (Jean-Louis Trintignant, Dominique Sandra e Steffania Sandrelli) fazem do filme uma experiência inesquecível.

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