Esperanza e o jazz mais brasileiro da atualidade em cena

Festejada 'new face' volta para tributo a Nat King Cole, ao lado de George Benson

PUBLICIDADE

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Pela terceira vez no Brasil, a cantora e contrabaixista Esperanza Spalding volta ao País já consagrada como uma das mais badaladas novas caras do jazz (e mais requisitadas) nos festivais do mundo. Em maio, no 40º Festival de Jazz de New Orleans, foi ovacionada de pé cantando Ponta de Areia, de Milton Nascimento. Detalhe: em português (ou algum parente próximo do português). Da música americana, a sua é a que tem mais bossa brasileira na atualidade. "Milton é uma espécie de herói musical para mim, tem influência vital na minha vida", disse Esperanza, de 25 anos, falando por telefone ao Estado, de Oslo, Noruega, parte de sua excursão mundial. Ela se orgulha de ter conhecido pessoalmente o cantor brasileiro. Pela quarta vez no Brasil ("Uma para passear, três para cantar", avisou, lembrando que a primeira vez foi para visitar um namorado carioca), Esperanza contou que já está trabalhando no disco que vai suceder Esperanza (2008). "Já compus três músicas, que dão de certa forma a direção que o trabalho vai seguir. Na verdade, há duas direções distintas, está tudo muito no começo. Não costumo compor na estrada, geralmente faço isso em casa, então está sendo um trabalho muito lento. Passei o ano fora de casa", disse. Comparada, pelo New York Times, à funky Erikah Badu, a baixista diz que não se vê similar a suas colegas mais destacadas, como Cassandra Wilson. "Ela é incrível, mas não a tenho ouvido tanto. Tive influência de Betty Carter e Nat King Cole. Não é só o jazz vocal que molda meu repertório. Estudei todo o vocabulário do jazz. Minhas primeiras influências foram Wayne Shorter, Chick Corea, Stevie Wonder." Ela canta tocando, em geral, o contrabaixo acústico, mas também lança mão do baixo elétrico em vários momentos. "Quando a música pede som mais acústico, uso o contrabaixo acústico. Quando é mais movimentada, uso o elétrico. Mas importante é ter a habilidade de apresentar a canção em toda a sua riqueza." Serviço George Benson e Esperanza Spalding. Via Funchal (3 mil lugs.). R. Funchal, 65, 2198-7718. Dom. e 2.ª, 21 h. R$ 70/R$ 350

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.