Em iniciativa histórica, Vaticano e China se unem pela arte

Eles vão realizar duas exposições simultâneas, no Vaticano e na Cidade Proibida, em Pequim

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Pela primeira vez na história, os Museus Vaticanos e o China Culture Industrial Investment Fund vão realizar duas exposições simultâneas no Vaticano e na Cidade Proibida em Pequim, a partir de março de 2018.   

Com o título A Beleza nos Une, a exposição marca uma iniciativa inédita e tem o objetivo de explorar a "diplomacia da arte" no sentido de diálogo e na abertura de novas trocas no âmbito cultural.   

Além de Pequim, outras três cidades, incluindo Xian e Xangai, vão receber a exposição histórica Foto: Fabio Frustaci/EFE

PUBLICIDADE

"A Beleza é um veículo extraordinário para falar sempre, em cada latitude e longitude, física ou temporal que seja sem medo, sem barreiras", enfatizou Barbara Jatta, diretora dos Museus Vaticanos.   

O projeto teve início no ultimo mês de maio, quando o artista chinês Yan Zhang e Zhu Jiancheng, secretário-geral da China Culture Industrial Investment Fund (organização patrocinada pelos ministérios do governo da China) visitaram o papa Francisco.   

"Este evento é muito importante por promover a mútua compreensão e a confiança recíproca, o que fortalecerá a amizade e a normalização das relações diplomáticas entre China e Vaticano", afirmou Jiancheng.   

As exposições conjuntas Anima Mundi: Humano, Natureza e Harmonia, no Vaticano, e A Beleza nos une: A Viagem na Maravilhosa Harmonia Entre o Povo Chinês e os Museus Vaticanos, na China, pretendem testemunhar como a arte pode ser um instrumento de diálogo e dimensão de encontro entre seres humanos de diversas culturas.   

Papa Francisco vira ator em filme para crianças

Publicidade

Entre as obras de arte selecionadas para a exposição nos Museus Vaticanos estarão 12 pinturas do artista chinês Zhang Yan, entre elas Iron Staff, doada a Francisco, além de boa parte da coleção permanente do Museu Anima Mundi.  

Por sua vez, a mostra na China contará com 40 obras, sendo 30 peças de arte antiga chinesa da coleção do Museu Anima Mundi, uma obra da Pinacoteca Vaticana e a pintura Cradling Arms, de Yan.

Além de Pequim, outras três cidades, incluindo Xian e Xangai, vão receber a exposição histórica.   

Desde a década de 1950, existem fortes diferenças entre o governo chinês e o Vaticano. Isso porque Pequim mantém a Igreja Católica em uma "quase clandestinidade tolerada", enquanto promove outra igreja "patriótica" cujos bispos são nomeados por membros do governo central.   

Netflix apresenta elenco argentino de 'O Papa', filme de Fernando Meirelles com Anthony Hopkins

Desta forma, a Conferência Episcopal da Igreja Católica na China, além de não ser reconhecida pelo Vaticano, comumente dá "conselhos" aos cristãos que nada têm a ver com a doutrina da Igreja Católica. No entanto, desde que o papa Francisco assumiu a liderança da Igreja Católica, ele vem tentando acelerar as negociações para pôr fim - ou amenizar - as divergências em prol dos católicos do país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.