PUBLICIDADE

Eles vão cantá-la seja aonde for

Esta É a Nossa Canção, grande sucesso da Broadway, festeja no Rio seus 30 anos

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O diretor norte-americano Charles Randolph Wright conhece e ama o Brasil há 20 anos, mas nunca tinha se dedicado tanto a aprender português. A atriz e cantora brasileira Amanda Acosta também tem se esforçado bastante ultimamente para entender e falar inglês. A "linguagem da emoção" é comum aos dois artistas, que estrearam ontem a "comédia romântica musical" Esta É a Nossa Canção. A versão brasileira do sucesso da Broadway They?re Playing Our Song é assinada por Tadeu Aguiar, que é produtor e estrela a peça com Amanda. Escrita por Neil Simon (de Sweet Charity) e com canções de Marvin Hamlisch (A Chorus Line) e letras de Carole Bayer Sager (The Boy from Oz) - três colecionadores de Oscars, Grammys, Golden Globes, Emmys e Tonys -, a peça está comemorando seu 30º aniversário já tendo cruzado Europa e Ásia. É sua primeira montagem por aqui, e o palco é o do Teatro Maison de France, localizado no centro do Rio de Janeiro. Trata-se da história de amor entre o compositor veterano Vernon e a jovem letrista Sonia. De personalidades conflitantes, eles se conhecem em Nova York, nos anos 70. Vivem se desentendendo, mas acabam apaixonados conforme o trabalho em parceria vai avançando. Lembrou do filme Letra e Música, com Hugh Grant e Drew Barrymore? Parece mesmo (se alguém copiou alguém, foi o filme, pois a peça veio bem antes). Para Charles Randolph Wright, que dirige o musical pela primeira vez, o texto e as músicas ficam "mais líricos" em português. "Eu amo o som dessa língua", diz o diretor, que chegou em janeiro ao Rio e já se sente um "carioca da gema" - o que, para ele, significa só trabalhar a partir das 14 horas, para poder aproveitar a praia de manhã. Tadeu domina o idioma de Wright, mas Amanda ainda o está estudando. Não há ruídos, no entanto, na comunicação dos dois, nem com os oito atores/cantores/bailarinos que interpretam alter egos dos personagens principais. "Stanislavski dizia que se você fizer uma peça em russo, alguém que fala espanhol tem que entender. A linguagem é a da emoção", aponta Tadeu. Recentemente, dois amigos norte-americanos que não falam uma palavra em português assistiram a um ensaio e adoraram, conta Wright. Ele e o coreógrafo, Ken Roberson (de Avenue Q, outro musical da Broadway que está chegando ao Rio), são os únicos gringos da peça. Os 70 figurinos e os nove cenários foram feitos para a montagem brasileira. Tadeu e Amanda tornaram-se amigos quando foram Coronel Pickering e Eliza Doolittle em My Fair Lady no teatro, em 2007. Os dois acumulam experiência em vários outros musicais. O ator conhecia e detinha os direitos de They?re Playing Our Song desde 1992, quando uma amiga comprou o LP numa viagem e lhe presenteou, dizendo que era "a sua cara". "Toda vez que eu pensava na peça, imaginava a Amanda no papel", recorda-se. A atriz não assistiu ao musical no teatro; Tadeu conferiu a montagem inglesa. "Só vi umas imagens no YouTube. A minha personagem é incrível. Ela é a emoção; ele, a razão. Eles vão se conhecendo e se transformando", conta Amanda, que ainda é lembrada por ter sido vocalista do grupo infantil Trem da Alegria dos 10 aos 15 anos. Ainda Carnaval Depois de aclamado por mais de 100 mil pessoas em nove capitais, o musical Sassaricando - E o Rio Inventou a Marchinha retorna hoje a São Paulo, no Teatro Procópio Ferreira. A partir de uma centena de canções de Noel Rosa, Lamartine Babo, Haroldo Barbosa e Braguinha, o espetáculo mostra como as marchinhas carnavalescas retrataram a cidade carioca entre 1920 e 1970. Criado pelo jornalista Sérgio Cabral e a historiadora Rosa Maria Araújo, o musical tem, no elenco, Eduardo Dussek, Inez Viana, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Juliana Diniz e Beatriz Faria.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.