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Por Redação
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"Carmen foi o maior ícone brasileiro fora do País, como Pelé. Era uma grandeza que não foi vista ainda. Carisma é algo que a gente não explica, é misterioso. Ela tem elementos que sintetizam o Brasil: o suingue corporal e da dança, a exuberância chocante e ousada, tanto (para os padrões de) lá (Estados Unidos) quanto aqui. Na vida pessoal, guardava valores muito religiosos, tanto que não se separou do marido. Mas por outro lado, no resto, estava à frente do tempo, propondo coisas arrojadas. Nunca vai ser possível explicar totalmente o fenômeno Carmen." SORAYA RAVENLE, ATRIZ QUE VIVEU CARMEN MIRANDA NA JUVENTUDE NO MUSICAL SOUTH AMERICAN WAY "A Carmen está ficando cada vez mais interessante. Ela tem uma coisa kitsch, aquela imagem louca, punk. Tem coisas muito curiosas sobre a personalidade dela. Na verdade, era uma pessoa muito privada, de certa forma até tímida, mas tinha um blindex em torno. Ela não se abria para qualquer pessoa. Tem uma coisa que está para acontecer e nunca acontece que é um filme de ficção sobre Carmen. Mas quem seria essa atriz? Já houve declarações de Madonna e Jennifer Lopez dizendo que querem fazer Carmen no cinema. A vida dela daria um fantástico filme." HELENA SOLBERG, CINEASTA, DIRETORA DO DOCUMENTÁRIO CARMEN MIRANDA - BANANAS IS MY BUSINESS "São tantas as lembranças.... Eu estive com ela nos Estados Unidos, morei lá no ano de 1946 para 1947. Assisti à toda filmagem do filme Copacabana. Ela era muito ligada à família, se preocupava com que todos estivessem bem. Em casa, era muito tranquila, alegre, mas não esfuziante. Era de bem com a vida, generosa, não se incomodava com as críticas, fofocas. Era muito solidária, mandava dinheiro para o Brasil e para Portugal para ajudar pessoas que precisavam. Ela é muito lembrada porque foi muito criativa. A arte dela foi muito original. Assim como Charlie Chaplin jamais será esquecido, acho que ela segue a mesma tendência. Começou com uma baiana mais simples, depois se estilizou, as bijuterias, os balangandãs. Ela criou algo tão alegre e original que ficou, as pessoas não esquecem. Minha vida sempre foi pacata, agora, por causa do centenário, não paro de dar entrevistas. Acho que ela está sendo muito celebrada. E nós estamos só no início do ano..." CARMINHA MIRANDA (CARMEN DE CARVALHO GUIMARÃES), SOBRINHA, FILHA DA IRMÃ DE CARMEN, CECÍLIA, A ÚNICA VIVA, COM 95 ANOS "Com a Carmen, o brasileiro descobre, pela primeira vez, uma identidade internacional. A gente começou a se ver de fora, dos Estados Unidos. Ela traz uma identidade cultural, por mais que tenha sido vaiada e odiada na volta ao Brasil. Essa imagem de nós mesmos ela trouxe. Eu não a acho nada caricatural, ela descobriu uma identidade visual que agora é indelével. Em qualquer lugar do mundo, botou um turbante, é o Brasil. Ela morreu no auge, foi uma heroína clássica, teve a finesse de sair de cena no auge. Eu me diverti muito fazendo o South American Way. Foi um encontro meu e dela. Eu entrei tanto dentro da alma da Carmen, que eu me divertia sem parar, mas também sofria. Ela tinha esse humor em cena, mas guardava uma dor profunda. Era uma fingidora, como o poeta, sofria para caramba. Foi um privilégio ter conseguido entrar na pele dessa mulher brasileiríssima." STELLA MIRANDA, ATRIZ QUE PARTICIPOU DO MUSICAL SOUTH AMERICAN WAY NO PAPEL DA CARMEN MIRANDA JÁ CONSAGRADA

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