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Cristovão Bastos convida para uma noite na gafieira

Sexto disco do compositor, pianista e arranjador é homenagem ao gênero

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Em seu texto de apresentação de Curtindo a Gafieira, novo CD de Cristovão Bastos, o jornalista Sérgio Cabral lembra que "a tradição da gafieira é de reunir os melhores músicos da praça". Só com músicas compostas e arranjadas pelo pianista, o disco, que será lançado hoje à noite no salão da Gafieira Estudantina, no centro do Rio, foi feito como manda o figurino: Bastos ao piano, cercado por instrumentistas de primeira. Ouça trecho de Gafieira Suburbana "São amigos meus de longa data, quase uma família. Eu conto sempre com eles. A afinidade é muito grande", diz, referindo-se ao time de 12 composto por gente com quem já havia tocado e gravado em outras ocasiões - caso de João Lyra (violão), Jorge Helder (contrabaixo acústico), Zé Canuto (sax) e Carlos Bala (bateria). "O que eu sempre gostei nas gafieiras é a qualidade dos músicos e dos bailarinos. Os músicos são bons arranjadores e os dançarinos, uns pés-de-valsa impressionantes!" Bastos, que começou sua carreira aos 17 aninhos, na noite do subúrbio do Rio, tendo um acordeão entre os braços - só chegou ao piano porque o pianista da boate em que se apresentava foi demitido e o dono precisava de um substituto -, lembra que tocou bem pouco em casas do gênero. Em Curtindo a Gafieira, o compositor e arranjador finalmente dá vida a um projeto que vinha de muitos anos. Viabilizado por um patrocínio da Petrobrás (o lançamento é independente), o CD tem samba bem no estilo que embala os casais nos salões de dança, outros mais lentos, e também maxixe e bolero. Algumas das dez músicas foram escritas especialmente para o disco (as deliciosas Gafieira Suburbana e O Galo Fugiu; as lindas Vai e Volta e Pista Cheia); outras já estavam prontas: Fim de Tarde - Posto 3, Outro Verão, Rumo Tranqüilo. A animada Rosto Colado ele conta que compôs dois dias antes de gravar (o grupo passou apenas quatro dias em estúdio). Querido e respeitado por seus pares e premiado por sua obra, Bastos gravou poucos discos em mais de quatro décadas como profissional (o primeiro, Avenida Brasil, que incluiu Todo Sentimento, que fez com Chico Buarque, e Um Choro pro Valdir, parceria com Paulinho da Viola, saiu só em 1996). A discografia própria acumula apenas seis títulos, contando com este último. Co-autor de canções como Resposta ao Tempo e Suave Veneno (ambas com Aldir Blanc), já fez arranjos para discos e shows de Edu Lobo, Gal Costa e Nana Caymmi e trabalhou para o cinema e o teatro. Agora, com este Curtindo a Gafieira, ele convida todo mundo para dançar.

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