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Cresce venda de ingressos em ano com visitação igual

Problema estrutural da cidade impede que evento receba mais turistas

Foto do author Ubiratan Brasil
Por Ubiratan Brasil e PARATY
Atualização:

A realidade dos números foi favorável aos organizadores da Flip deste ano: a quantidade de visitantes à cidade foi praticamente a mesma do ano passado (20 mil), enquanto a venda de ingressos aumentou (foram 36.600 bilhetes, em uma primeira avaliação). ''Com isso, a Flip tanto dinamizou a economia da cidade como manteve sua colaboração em resolver os problemas estruturais de Paraty'', disse Mauro Munhoz, da Associação Casa Azul, responsável pelo evento. A fragilidade das estruturas do município continua como principal problema. Paraty já é segunda cidade mais visitada do Rio de Janeiro, ultrapassando Búzios. Segundo o consultor internacional Joseph Chias, da Chias Marketing, contratada para traçar o Plano de Desenvolvimento do Turismo Cultural de Paraty, a cidade recebeu 352 mil turistas nacionais e 48 mil internacionais em 2006. A intenção é que o número total se estabilize para evitar que a cidade entre em colapso, como já se ameaçou - no ano passado, por exemplo, um blecaute atacou quase toda a região do centro histórico na noite de sábado, momento em que a visitação atinge seu pico. Uma das alternativas lançadas neste ano foi a transmissão ao vivo pela internet. No primeiro dia de debates, quinta-feira, foram cerca de 1.500 visitas, com mais de 7 mil page views. Dados parciais do dia seguinte foram mais animadores, apontando para 3.990 visitas e mais de 20.500 page views (aumento de 170%) apenas nas mesas ocorridas pela manhã. ''A Flip continua diferenciada entre outros festivais literários do mundo'', comentou a inglesa Liz Calder, uma das criadoras do evento. ''Há uma integração entre autores, editores e a própria cidade que cria um ambiente agradável, o que impressiona especialmente os escritores estrangeiros.'' Segundo ela, a intenção é que a Flip continue buscando novos horizontes, com a vinda de escritores especialmente da região ao leste da Europa. ''Já pensamos em trazer, por exemplos, japoneses e australianos.'' É o mesmo interesse do diretor de Programação Flávio Moura, que foi confirmado no cargo para mais uma temporada. ''O interesse não é trazer celebridades, pois o que interessa é o estímulo ao debate de idéias'', afirmou ele, rebatendo críticas de que, nesta edição, faltou uma ''Gisele Bündchen'' das letras. ''Hoje em dia, as pessoas estão mais preparadas para discutir a obra de Tom Stoppard, por exemplo.''

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