Companhia das Letras vai lançar selo de quadrinhos

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Por Antonio Gonçalves Filho
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O crescimento do mercado de quadrinhos no mundo não passou despercebido pela editora Companhia das Letras, que entra o ano com um novo selo e cerca de 20 títulos programados para o biênio 2009/2010. O selo, Quadrinhos na Cia., coordenado pelo jornalista André Conti, de 27 anos, vai abrir um novo mercado de trabalho para jovens talentos do desenho e das letras. A Companhia das Letras, que já publica grandes nomes dos quadrinhos, como Art Spiegelman e Will Eisner, saiu em busca de seus correspondentes brasileiros e uma nova leva de nomes - ainda segredo da editora - vai chegar ao mercado para fazer companhia a Spacca. O cartunista e ilustrador paulistano, depois de contar a vida louca de Santos Dumont e narrar a chegada da família real ao Brasil, vai recontar um clássico do baiano Jorge Amado, Jubiabá. Não deverá ser o único volume da coleção dedicada aos grandes escritores do Brasil, segundo o editor Luiz Schwarcz. Ele gostou do resultado de Jubiabá e pensa nos livros de Erico Verissimo e Rubem Fonseca para serem interpretados pelos traços de outros desenhistas. Na França, o ilustrador Stéphane Heuet ousou adaptar Em Busca do Tempo Perdido (os primeiros volumes já lançados no Brasil pela editora Zahar) e o resultado animou outras editoras francesas a repetir a experiência. No Brasil, a fórmula também deve dar certo. Schwarcz aponta a mais popular das releituras históricas de Spacca (D. João Carioca, em parceria com a historiadora Lilia Moritz Schwarcz) como um possível modelo para futuras edições paradidáticas do novo selo. Segundo o coordenador Conti, o livro já vendeu 12 mil exemplares, equivalente a quatro edições de uma tiragem normal. Conti revela que, além das séries históricas, o novo selo terá graphic novels assinadas por duplas brasileiras especialmente dedicadas a criar narrativas e desenhos originais. A primeira parceria é a do escritor Daniel Galera (Cordilheira) com o desenhista Rafael Coutinho. Quadrinhos literários estrangeiros como Blankets, de Craig Thompson, e o premiado Jimmy Corrigan, de Chris Ware, vão dividir espaço com as criações nacionais, incentivadas pelo projeto de parceria da Companhia das Letras com a RT Features. Outro projeto da editora brasileira com estrangeiros vai permitir o lançamento de American Born Chinese, de Gene Yang, a única HQ a ser indicada para o prestigiado National Book Award.

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