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Campeões de prêmios

No ano das efemérides, Cristóvão Tezza e Laurentino Gomes dominam a literatura

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Por Ubiratan Brasil
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No ano marcado pelo centenário de morte de Machado de Assis e de nascimento de Guimarães Rosa, pelo cinqüentenário da bossa nova e pelos 200 anos da chegada da família real ao Brasil, dois autores praticamente monopolizaram a atenção do público e da mídia por obras escritas em 2007 - Cristóvão Tezza, com O Filho Eterno (Record), amealhou os principais prêmios literários nacionais, enquanto Laurentino Gomes, com 1808 (Planeta do Brasil), vendeu mais de 450 mil exemplares e levou o Prêmio Jabuti de não-ficção. "Eu não esperava essa repercussão", garante Tezza, que promoveu o encontro da sua própria história com a ficção em O Filho Eterno ao narrar a relação entre um pai e o filho com síndrome de Down. Com tal narrativa, ele ganhou prêmios da APCA, Portugal Telecom, Bravo!, Jabuti de melhor ficção e o recém instituído Prêmio São Paulo de Literatura. Além dos troféus, faturou ainda R$ 333 mil, o que lhe permite sonhar alto. "Vou tentar viver apenas de literatura. Se não, ao menos de escrever. Pretendo me desligar da universidade em julho de 2009", disse ele, que mora em Curitiba, onde trabalha como professor universitário. O assédio gerado pelo sucesso suspendeu a escrita do próximo romance, o qual ainda não passa de 30 páginas. Tezza pretende terminá-lo em 2009 e garante que a consagração por O Filho Eterno não vai intimidá-lo. "Nunca senti pressão de meus próprios romances", explica. "Tenho um projeto bastante pessoal que foi atravessando os anos e os livros, e já estou tão entranhado nele que o olhar de fora não me incomoda." Será uma história de amor, mas Tezza, em entrevistas, chegou a confessar que talvez não consiga escrever outro romance com a mesma intensidade emocional de seu best-seller. "Eu acho que estava me defendendo de mim mesmo", ressalva. "Minha utopia é a de repetir a dose, com outro tema. O livro que comecei a escrever, e que não pude prosseguir em 2008 mas que quero terminar em 2009, busca essa intensidade. Espero conseguir." Enquanto isso, O Filho Eterno ultrapassa fronteiras - já saiu na Itália e logo chegará a Portugal e na Catalunha. Assim, Tezza poderá interromper novamente a escrita, quando receber convites do exterior.

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