04 de março de 2016 | 19h16
NOVA YORK - O arquiteto espanhol Santiago Calatrava inaugurou a controvertida estação de trens do World Trade Center de Nova York e manifestou seu “orgulho e satisfação” com o resultado final do moderno terminal.
“Esta infraestrutura é importante porque será a âncora e o motor de desenvolvimento de todo Baixo Manhattan", disse o arquiteto, que participou da abertura ao lado da equipe da Autoridade Portuária de Nova York e alguns membros da sua família.
A estação, que ainda não está concluída, tem um design muito diferente dos retos e quadriculados arranha-céus do distrito financeiro do sul da ilha de Manhattan.
O saguão principal se destaca com seu espaço amplo e luminoso e uma grande cúpula feita de vigas de aço que se elevam para o céu, projeto descrito pela mídia, como o The New York Times como “uma atração para os selfies”.
Mesmo assim, a construção do terminal gerou muita polêmica por causa do elevadíssimo custo do projeto, cujo orçamento inicial dobrou, e também o design abstrato denominado Oculus, que algumas pessoas descrevem como “as asas de um fênix que renasce”, e outras falam de uma “espinha de peixe”.
Toda a infraestrutura implicou um gasto de 4 bilhões de dólares, o que deu origem a muita discussão, já que o orçamento inicial era de dois bilhões.
Neste aspecto Calatrava mostrou-se circunspecto e “esperançoso” de que os nova-iorquinos “entendam todo o afeto e amor colocado na obra, inspirada no design clássico de estações como a Grand Central ou a da Pensilvânia.
“É um momento de grande alegria, satisfação e orgulho apresentar aos nova-iorquinos aquilo pelo qual temos trabalhado tantos anos juntos”, disse o arquiteto.
A ainda inacabada estação do Marco Zero conectará 11 linhas de metrô distintas com o trem que segue até Nova Jersey, oferecerá acesso subterrâneo direto às principais torres do World Trade Center e abrigará uma área de lazer com um centro comercial e restaurantes, ainda em obras.
Segundo os responsáveis pela construção, a festa oficial de inauguração deve ocorrer em abril, quando o acesso à estação já estará aberto ao público e os primeiros restaurantes e lojas começarão a funcionar.
Por seu lado, os primeiros visitantes do aguardado terminal estão empolgados com a obra.
“É uma bela estação e em termos de design uma maravilha”, disse à EFE o arquiteto equatoriano Augusto Bonelia, que reside no distrito de Queens e foi a Manhattan expressamente para visitar o edifício.
O gasto final da extravagante estação também não preocupa muito os moradores de Nova York e nem os turistas que já faziam fotos no deslumbrante saguão.
“Os Estados Unidos vivem de turistas e esta estação trará mais gente e mais dinheiro”, insistiu Bonelia.
Segundo um dos visitantes, Ismael, que vive em Manhattan, o terminal “é algo para ver e fotografar” e por isso “não devemos questionar se houve mau uso do dinheiro, mas desfrutar da construção”.
Além disso, a atração turística em que deve se transformar o novo terminal é muito bem-vinda segundo o pessoal que trabalha na região, como Javier, peruano que vende livros de informação turística há 15 anos. Segundo ele, a estação do Marco Zero vai se tornar mais um “polo turístico de Nova York”. (TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO)
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