PUBLICIDADE

Boy band da vez chega ao Brasil

Jonas Brothers, o novo fenômeno teen, apresenta-se no Rio e em São Paulo

Por Thaís Caramico
Atualização:

O Estádio do Morumbi deve receber 50 mil pessoas neste domingo. E os são-paulinos que perdoem a previsão, mas a chance de ter muitos homens ali é pequena. Restarão apenas pais de adolescentes que não conseguirão escapar e terão de acompanhar suas filhas no show da maior febre teen atual: os Jonas Brothers, que antes fazem show no Rio, amanhã no Sambódromo carioca. Um novo Menudos, New Kids on The Block ou Backstreet Boys? Não. Os irmãos de New Jersey são mais pretensiosos e acredite: mais versáteis que esses grupos de sucesso dos anos 80 e 90. Mas não se espante se você nunca ouviu falar deles, pois quem não tem adolescente em casa jamais poderia imaginar que já venderam 12 milhões de CDs, foram indicados para o Grammy, já cantaram com Elvis Costello e Stevie Wonder, abriram parte da turnê de Avril Lavigne na Europa e ainda são líderes de audiência no The Disney Channel no Brasil, que exibe desde 2008 o filme Camp Rock, no qual são protagonistas. No mesmo canal, uma espécie de reality show que já roda nos EUA está prevista para ser exibida aqui a partir de setembro. Portanto, não fosse o fato de ser mais um grupo de meninos que lida com a histeria e o fanatismo feminino, os JB não teriam nada em comum com as bandas das gerações passadas. Além do estrelato na TV, eles levantam a bandeira "Nós vivemos o rock" ao mesmo tempo em que, diferentemente de qualquer roqueiro, carregam um discurso politicamente correto - demais. Nick (16 anos), Joe (19), líder da banda, e Kevin (21) compõem, cantam e tocam, mas são cristãos, não bebem, não fumam e também não fazem sexo antes do casamento. E a promessa vai mais longe. Para não esquecerem o valor da vida, ou do amor verdadeiro, eles mantêm no dedo anelar da mão esquerda um ?anel de pureza?, objeto de polêmica na vida deles e atualmente assunto vetado até nas entrevistas. Mas se eles representam o novo rock, ainda que quase todas as letras, sem qualquer rebeldia, falem de amor, o que é o rock para eles, então? "Eu acho que o rock é curtir com as pessoas que querem e amam ouvir música. E é isso que somos e fazemos. Nossa banda é bem entrosada e acho que, ao longo dos anos, nós aprendemos muito sobre isso. Ainda assim, acredito que só os Rolling Stones e os Beatles realmente saberiam definir o rock", diz Nick, em entrevista coletiva. Animados com os shows no Brasil, emendam uma declaração pronta: "Sempre vemos os comentários que as fãs brasileiras deixam no nosso Myspace e no Facebook. Adoramos pão de queijo e a música Amado, de Vanessa da Mata." No Rio e em São Paulo, os shows serão abertos pela novata Banda Cine, que faz som baseado nos anos 60. A mesma, curiosamente, também abre para o McFly, outro sucesso teen que se apresenta na Via Funchal, nos dias 28 e 29. Além da Banda Cine, uma convidada especial, a texana Demi Lovato, cantora, compositora guitarrista e amiga de TV dos garotos (gravou Camp Rock com eles). "Entro no palco uma hora antes dos Jonas. Depois, é surpresa", disse por telefone ao Estado a garota de 17 anos que, assim como os meninos, não fala sobre sua vida pessoal. "Não quero responder se uso anel de pureza e prefiro não revelar minha opinião sobre isso. É um assunto muito pessoal, que não divido com outras pessoas." Enquanto se prepara para o lançamento do quarto disco Lines, Vines and Trying Times, a banda de apenas quatro anos de estrada estreia dia 29 o filme Jonas Brothers 3D: O Show - um clipão com trechos da última turnê Burning Up, que inclui bastidores da carreira. ELAS GRITAM, NÃO DORMEM NEM DESGRUDAM DA INTERNET ROLA UM PRECONCEITO: "Se algum menino é fã, todo mundo sai falando que ele é gay", conta Michelly Helena Damasio (de 14 anos), que ainda não crê que poder ver os meninos de perto. No dia 4 de abril, quando os ingressos começaram a ser vendidos na bilheteria, ela estava lá. "Saí de Americana às 3 da manhã com meu pai, cheguei às 6 e mais de cem pessoas já estavam na fila. Mesmo assim, às 10h15 já estava com meu ingresso. Agora, mal durmo. É estranho pensar que eles vão mesmo tocar no Brasil, nunca acreditei que pudesse acontecer." Michelly é apaixonada pelas letras e garante que os meninos são bom exemplo para a juventude, que ninguém deveria falar mal deles. "Já briguei com muita gente e deixei de falar com vários amigos. Vou defendê-los sempre", diz. Sobre ir show, ela aposta: "Paranoid, por ser a nova música do quarto CD, estará na boca de todo o mundo. E com Burning Up, clássico dos Jonas, todos vão pirar." Marília de Freitas (19 anos), concorda. "Burning Up, música de abertura dos shows, é diferente de tudo que eles já fizeram. Antes, as letras eram mais lights, menos maliciosas. Mas essa fala sobre como as meninas mexem com ele, é eletrizante", diz. Foi ouvindo a música Time To Me to Fly, do filme da Disney Aqua Marine, de 2006, que conheceu os Jonas Brothers. "Em março de 2007, já era fã. Pesquisava a vida deles na internet e traduzia as notícias do inglês para um blog. Em abril de 2007 acabei criando o fã-clube e fiz um site para divulgar a banda", diz a garota, que se gaba por ser presidente do único fã-clube (www.jonasbrasil.com/fan) reconhecido pela Disney, pela Universal e pela Hollywood Recorde, a gravadora deles nos EUA. Até ontem, o fã-clube tinha 28.800 inscritos. Também ela conseguiu comprar os ingressos nos primeiros dez minutos. "Até agora a ficha não caiu que vou ouvir os Jonas ao vivo. Todo mundo ama eles, sabem cantar de cor, é muito bom." Como os músicos são bem diferentes, as meninas costumam escolher um favorito (ou o que tem mais a ver com a fase em que vivem). "Não prefiro nenhum deles. Gosto de todos", brinca Marília. Mas é verdade que me identifico mais com Kevin. Ele é bem tranquilo e divertido, mais maduro. Joe já é mais brincalhão, extrovertido. E Nick, apesar de talentoso, é misterioso demais." Além de fundar e presidir o fã-clube, ela também é criadora do projeto Jonas in Brasil, que reúne todo tipo de atividade sobre a banda. "Fazemos vídeos, contato com eles, mandamos notícias até para a imprensa. Somos os representantes dele no Brasil", dis sobre a comunidade que fica no Orkut, desde 2008 e carrega 7 mil membros. "O show vai ser uma emoção única. Por tudo que a gente vê na TV dá para imaginar que será empolgante."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.