Atores de prestígio comercial e artístico (Ewan McGregor, Hugh Jackman e Charlotte Rampling), um roteirista experiente (Mark Bomback, de Duro de Matar 4.0) que ganhou a ajuda de um dramaturgo como Patrick Marber (de Closer - Perto Demais) na elaboração dos diálogos de A Lista, que estreou na sexta, é a prova de que mesmo os melhores ingredientes podem não dar certo. Assista ao trailer do filme A Lista A lista do título é telefônica, mas pertence aos integrantes de um clube de sexo. Há uma senha que fornece o subtítulo - Are you free tonight? (Você Está Livre Hoje?) Para hedonistas interessados em sexo livre, sem comprometimento, parece o ideal. É o que pensa o contador interpretado por McGregor. Tímido e reprimido, ele conta nos dedos de uma mão as vezes em que saiu com mulheres. É um homem que vive para os números (e seu notebook). Seu encontro com Hugh Jackman lhe abre, como por acaso, as portas do prazer. O que parece sonho vira pesadelo porque Jackman é um canalha espertalhão - claro -, é tudo parte de um plano e Mc Gregor ainda comete o erro elementar de se apaixonar. No início, o diretor estreante, o publicitário Marcel Langenegger, até logra certa criação de clima, mostrando a vidinha insípida - e metódica - de McGregor e como ela vai sendo subvertida pela maneira atabalhoada como ele entra no jogo. Há um jogo de tênis, como em Match Point; um crime violento, como em Instinto Selvagem; e cenas de sexo que incitam o voyeurismo do espectador. Langenegger trabalha o erotismo e o suspense, com toques de Patrícia Highsmith (Jackman seria o seu Ripley). O problema do herói (McGregor) está no fato de que ele não possui, como diz seu oponente, o ?instinto assassino?. É impressionante como um coquetel de alta voltagem termina banalizado por soluções simplórias. Sexo, dinheiro, poder, nada vence. All we need is love.